A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), também conhecida pelo seu acrónimo inglês NATO (North Atlantic Treaty Organization), é uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949. Formada inicialmente por doze países, a OTAN foi estabelecida com o objetivo de garantir a segurança coletiva e a cooperação militar entre os seus membros, especialmente durante o contexto da Guerra Fria, em resposta às ameaças do bloco soviético.
Hoje, a OTAN é composta por trinta e um países membros, dois
da América do Norte, Estados Unidos e Canadá, e os restantes vinte e nove
europeus. A principal diretriz da organização é o princípio da defesa coletiva,
consagrado no artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, que afirma que um ataque
contra qualquer membro será considerado um ataque contra todos.
Sediada em Bruxelas, na Bélgica, a OTAN para além da defesa
militar, promove a cooperação em áreas como o combate ao terrorismo, a segurança
cibernética e o apoio em crises humanitárias.
A existência da OTAN tem vindo a ser questionada por vários
motivos. Um deles prende-se com a sua expansão incluindo países do Leste
Europeu, que tem gerado tensões geopolíticas, dado ser vista como uma
provocação à Rússia, o que em parte justifica a invasão da Ucrânia em 2022.
Aliás, os russos têm afirmado recorrentemente que só aceitarão qualquer acordo
de paz, se o mesmo contemplar o compromisso da Ucrânia não ser admitida como membro
da OTAN.
A diversidade existente entre os vários membros, com
diferentes prioridades e interesses, tem vindo a dificultar a tomada de
decisões unificadas de forma crescente. A partilha de custos tem sido outro fator
crítico, pela desigualdade na contribuição financeira entre os membros, com os
Estados Unidos frequentemente exigindo uma maior participação dos outros países
nesta matéria.
Com a tomada de posse de Donald Trump, a posição americana
face aos custos tem vindo a ganhar maior relevância. É um facto que com o fim
da União Soviética, muitos são os que têm vindo a questionar se a OTAN ainda se
justifica no formato atual, já que foi criada para conter a ameaça soviética. Estes
dois aspetos juntos, simultaneamente com a proximidade que Trump e Putin têm
vindo a estreitar, conduz a uma grande incógnita sobre o futuro da OTAN.
Por outro lado, esta aproximação nunca vista dos EUA à
Rússia tem um objetivo. Travar a constituição de um bloco oriental, tendo como
principais forças a China e a Rússia, o que colocaria os americanos numa
situação vulnerável se não se mantivessem aliados com a Europa.
Existem alguns sonhadores, que alimentam a tese de que no
futuro teremos uma Europa, como uma única nação federal, que integrará também a
Rússia. Penso que mais do que um sonho, se trata de um cenário utópico, sem
qualquer probabilidade de se tornar real. Se tanto na OTAN, como na União Europeia,
assistimos a uma enorme dificuldade de gerar consensos que só se concretizam em
situações de crise, pelas divergências entre países já comentadas, imaginemos
como aumentaria a entropia com a presença russa.
Aprendi com a experiência que aquilo que julgamos impossível
só o é até que se realize. Porém, também aprendi que numa análise estratégica
por cenários, poderemos ter uns com 99% e outros com 1% de probabilidades de
concretização. E, sinceramente, este de uma Europa unificada com a presença da
Rússia não me parece chegar sequer a um por cento.
Neste vaivém de interesses e negociatas, os chineses começam
a ver uma Rússia distante e uma Europa sozinha, o que os leva a reconsiderarem
as suas alianças. E, embora não seja um provérbio chinês “cautela e caldos de
galinha nunca fizeram mal a ninguém”, os chineses começam a piscar o olho à
União Europeia. Se este namoro pegar, e Trump e Putin se continuarem a beijar
na boca, como em muitas imagens que circulam nas redes sociais, não será de
estranhar um possível noivado entre a Europa e a China.
Se esta minha especulação tiver algum sentido, poderemos vir
a ver a OTAN a dar lugar à OTIA (Organização do Tratado Índico Atlântico).
"A alavancagem
da força está na aliança. Juntos, podemos alcançar mais."
Andrew Carnegie (industrial
e filantropo escocês-americano)
Para já, sem o apoio do amigo americano, temos a Europa a andar "ÓTIO, ÓTIO". Só mais tarde virá a OTIA.
ResponderEliminarAbç,
Celso
Sem dúvida, os europeus confiaram demais no Tio Sam, e adormeceram!
Eliminar