Já todos assistimos, como observadores ou protagonistas, ao comportamento de algumas crianças que no convívio com outras, guardam os seus brinquedos, para que os coleguinhas os não estraguem, e brincam com os brinquedos do vizinho como se não houvesse amanhã. Se os estragarem não importa, pois não são deles.
Este comportamento quando não é contrariado na infância, com
intervenções pedagogicamente assertivas, reflete-se na vida adulta de forma
efetiva. Já todos nós emprestamos coisas que nos são devolvidas num estado
degradado, bem diferente daquele em que estavam quando as cedemos ou, ainda
pior, não nos são nunca devolvidas.
Quando verificamos este estado de coisas ao nível dos responsáveis
máximos das nações deste mundo, a gravidade desta prática é ainda maior e mais
perigosa. Donald Trump deve ter sido uma destas crianças que gostava de brincar
com os brinquedos do vizinho.
Donald Trump nasceu em 14 de junho de 1946, no bairro do
Queens, em Nova York, Estados Unidos. Foi o quarto dos cinco filhos de Fred
Trump, um empresário do setor imobiliário, e Mary MacLeod, uma dona de casa de
origem escocesa. Desde cedo, demonstrava uma personalidade forte e, por vezes,
rebelde.
Durante a sua infância, ele cresceu num ambiente
confortável, graças ao sucesso financeiro do seu pai. No entanto, o seu
comportamento desafiador levou Fred Trump a tomar medidas drásticas. Aos 13
anos, enviou-o para a Academia Militar de Nova York, onde esperava que ele
aprendesse disciplina e responsabilidade. Lá, ele destacou-se na prática
desportiva e desenvolveu habilidades de liderança, mas também manteve a sua
competitividade e ambição. Esta fase da vida de Donald Trump moldou a sua
personalidade e a sua abordagem à vida adulta, marcada por uma busca constante de
sucesso e reconhecimento.
É assim que ele se posiciona como presidente dos EUA e
interfere com toda a geopolítica global. Assumindo por iniciativa própria o
papel de mediador nas negociações da guerra na Ucrânia, ele propôs um
cessar-fogo de 30 dias entre Rússia e Ucrânia, com foco em proteger
infraestruturas críticas, como redes de energia e alvos no Mar Negro. As
negociações estão sendo mediadas pelos EUA e pela Arábia Saudita, com reuniões
marcadas para Jidá.
Trump também manteve conversas diretas com os líderes dos
dois países beligerantes, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Durante uma
ligação com Putin, ele discutiu a possibilidade de uma trégua parcial, enquanto
Zelensky expressou estar disposto a um cessar-fogo imediato e à proteção de
infraestruturas civis. Apesar de avanços, ainda há desafios significativos,
como as condições impostas pela Rússia para interromper a ajuda militar
ocidental à Ucrânia.
Cabe aqui recordar que este processo começou bastante mal,
com o mundo a assistir em direto ao espetáculo mediático, e de ofensas pessoais
e diplomáticas que Zelensky viveu na Sala Oval da Casa Branca.
Claramente se percebe que os objetivos de Trump é proteger os
EUA e aproveitar-se de todas as misérias que a guerra pode deixar, para disso
tirar partido. Garantir as terras raras da Ucrânia e uma aproximação à Rússia,
afastando-a da China, seria a cereja no topo do bolo, já que a Europa julga
poder controlá-la através da Nato.
Para juntar a este quadro perfeito, a sociedade que
pretendia fazer com Benjamin Netanyahu, expulsando os palestinianos de Gaza e
da Cisjordânia, e criando a Riviera do Médio Oriente, faria dele, não importa a
que preço, o homem capaz de acabar com as guerras e de fazer a América grande,
de novo.
Talvez Donald Trump veja as suas funções de presidente de
umas das maiores nações do mundo, como um simples jogador do célebre jogo de
tabuleiro Monopólio. Mas, mesmo assim, guardará o seu jogo e jogará com o do vizinho,
para não estragar o tabuleiro, e evitar que alguém lhe possa roubar peças.
"Não cobices o
que não é teu, pois aquilo que te pertence pode ser o desejo de outro."
Ditado popular
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