segunda-feira, 24 de março de 2025

BRINCAR COM O BRINQUEDO DO VIZINHO


Já todos assistimos, como observadores ou protagonistas, ao comportamento de algumas crianças que no convívio com outras, guardam os seus brinquedos, para que os coleguinhas os não estraguem, e brincam com os brinquedos do vizinho como se não houvesse amanhã. Se os estragarem não importa, pois não são deles.

Este comportamento quando não é contrariado na infância, com intervenções pedagogicamente assertivas, reflete-se na vida adulta de forma efetiva. Já todos nós emprestamos coisas que nos são devolvidas num estado degradado, bem diferente daquele em que estavam quando as cedemos ou, ainda pior, não nos são nunca devolvidas.

Quando verificamos este estado de coisas ao nível dos responsáveis máximos das nações deste mundo, a gravidade desta prática é ainda maior e mais perigosa. Donald Trump deve ter sido uma destas crianças que gostava de brincar com os brinquedos do vizinho.

Donald Trump nasceu em 14 de junho de 1946, no bairro do Queens, em Nova York, Estados Unidos. Foi o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um empresário do setor imobiliário, e Mary MacLeod, uma dona de casa de origem escocesa. Desde cedo, demonstrava uma personalidade forte e, por vezes, rebelde.

Durante a sua infância, ele cresceu num ambiente confortável, graças ao sucesso financeiro do seu pai. No entanto, o seu comportamento desafiador levou Fred Trump a tomar medidas drásticas. Aos 13 anos, enviou-o para a Academia Militar de Nova York, onde esperava que ele aprendesse disciplina e responsabilidade. Lá, ele destacou-se na prática desportiva e desenvolveu habilidades de liderança, mas também manteve a sua competitividade e ambição. Esta fase da vida de Donald Trump moldou a sua personalidade e a sua abordagem à vida adulta, marcada por uma busca constante de sucesso e reconhecimento.

É assim que ele se posiciona como presidente dos EUA e interfere com toda a geopolítica global. Assumindo por iniciativa própria o papel de mediador nas negociações da guerra na Ucrânia, ele propôs um cessar-fogo de 30 dias entre Rússia e Ucrânia, com foco em proteger infraestruturas críticas, como redes de energia e alvos no Mar Negro. As negociações estão sendo mediadas pelos EUA e pela Arábia Saudita, com reuniões marcadas para Jidá.

Trump também manteve conversas diretas com os líderes dos dois países beligerantes, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Durante uma ligação com Putin, ele discutiu a possibilidade de uma trégua parcial, enquanto Zelensky expressou estar disposto a um cessar-fogo imediato e à proteção de infraestruturas civis. Apesar de avanços, ainda há desafios significativos, como as condições impostas pela Rússia para interromper a ajuda militar ocidental à Ucrânia.

Cabe aqui recordar que este processo começou bastante mal, com o mundo a assistir em direto ao espetáculo mediático, e de ofensas pessoais e diplomáticas que Zelensky viveu na Sala Oval da Casa Branca.

Claramente se percebe que os objetivos de Trump é proteger os EUA e aproveitar-se de todas as misérias que a guerra pode deixar, para disso tirar partido. Garantir as terras raras da Ucrânia e uma aproximação à Rússia, afastando-a da China, seria a cereja no topo do bolo, já que a Europa julga poder controlá-la através da Nato.

Para juntar a este quadro perfeito, a sociedade que pretendia fazer com Benjamin Netanyahu, expulsando os palestinianos de Gaza e da Cisjordânia, e criando a Riviera do Médio Oriente, faria dele, não importa a que preço, o homem capaz de acabar com as guerras e de fazer a América grande, de novo.

Talvez Donald Trump veja as suas funções de presidente de umas das maiores nações do mundo, como um simples jogador do célebre jogo de tabuleiro Monopólio. Mas, mesmo assim, guardará o seu jogo e jogará com o do vizinho, para não estragar o tabuleiro, e evitar que alguém lhe possa roubar peças.

 

"Não cobices o que não é teu, pois aquilo que te pertence pode ser o desejo de outro."

Ditado popular

 

  

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