segunda-feira, 31 de março de 2025

RENÉ DESCARTES

"Penso, logo existo."

René Descartes nasceu em 31 de março de 1596, em La Haye en Touraine, França. Foi um filósofo, matemático e cientista francês, amplamente reconhecido como o "Pai da Filosofia Moderna".

Famoso pela sua frase icónica "Penso, logo existo" (Cogito, ergo sum), que reflete a sua abordagem racionalista e a sua busca por uma base sólida para o conhecimento, desenvolveu o método cartesiano, que enfatiza a dúvida sistemática como caminho para alcançar a verdade. Para além disso, as suas contribuições para o desenvolvimento da matemática incluem a criação da geometria analítica e do sistema de coordenadas cartesianas, que ainda hoje são amplamente utilizados.

Escreveu obras influentes, como Discurso do Método e Meditações Metafísicas, que exploram questões filosóficas fundamentais sobre a existência, a mente e a relação entre corpo e alma.

Faleceu em 11 de fevereiro de 1650, em Estocolmo, Suécia, enquanto trabalhava como tutor da rainha Cristina. A sua influência continua a moldar a filosofia, a ciência e a matemática até hoje. 

sexta-feira, 28 de março de 2025

RUI SANTOS

Fui o primeiro a dizer que a Seleção Nacional, face ao fenómeno de exportação de alguns dos melhores jogadores portugueses para Ligas de topo, já estava em condições de fazer o seu caminho sem Cristiano Ronaldo. Isto não é uma crítica ao CR; é um elogio ao processo de afirmação de outros jogadores.

Isso não significa que, em cima de uma carreira brilhante, única entre os jogadores portugueses na história do Portugal futebolístico, que ainda hoje dá visibilidade ao País, e perante um rendimento que não fica aquém, no momento, de qualquer ponta-de-lança português (que não tem o histórico de CR, e isso conta, tem de contar a favor dele) não se deva considerar uma nova gestão de utilização de CR na Seleção, como sempre defendi.

CR está perto do fim de carreira e TODOS devíamos perceber que estamos perante um caso único de doação ao futebol e à Seleção Nacional.

Como analista, o que me faz impressão, para além da ligeireza com que em certos sectores mais juvenis, associados às redes, se quer resumir CR a um velho que não tem o mínimo de condições para representar a Seleção, é a vontade de associar tudo o que é negativo na Seleção à presença de CR.

Se frente à Dinamarca todos os jogadores, ou uma parte deles, tivesse realizado um jogo de grande dinâmica competitiva e CR não tivesse acompanhado essa (invisível) dinâmica, ainda conseguiria compreender o aproveitamento dos haters.

Mas não. Não há pachorra! CR sairá em breve (é a lei da vida) mas não será por causa de uma clara campanha de uns tantos contra ele.

Quer dizer: a Seleção não joga nada mas o CR - por ser o CR - tem de jogar por 11, convencer o selecionador a não fazer disparates nas substituições, etc.

Não há pachorra mesmo!!! Não é, @seguidores? 

quarta-feira, 26 de março de 2025

QUANDO OS BONS RESULTADOS NÃO SÃO SUFICIENTES

Por vezes tenho muita dificuldade em compreender os meus compatriotas!

Na minha vida profissional constatei muitas vezes que empresários, gestores e diretores, se concentravam no assessório, desprezando o essencial que os conduziria aos resultados desejados e à persecução dos objetivos estabelecidos. 

Este fenómeno acontecia por falta de formação, inexperiência e, frequentemente, por ideias preconcebidas e medo de enfrentar situações que os levavam para fora da sua zona de conforto.

Nem todos temos responsabilidades de chefia, ou de liderança, que são coisas distintas, mas todos somos “treinadores de bancada”, uns mais que os outros. E é aqui que começa a minha incompreensão com alguns, para não dizer muitos, dos meus concidadãos.

Portugal garantiu no domingo passado, 23 de março de 2025, a qualificação para a Final Four da Taça das Nações, que se realizará na Alemanha no início de junho. Objetivo superado, até aqui, com um percalço no primeiro jogo da eliminatória, em que fomos vencidos na Dinamarca. Mais do que a derrota, o que desiludiu todos os que assistiram ao jogo foi a apatia coletiva da equipa e os sucessivos erros individuais que poderiam ter originado um fracasso bem mais pesado, do que o resultado pela margem mínima com que terminou o encontro.

Mas, como disse Rui Santos, reconhecido comentador de futebol, Cristiano Ronaldo não se escondeu. Num momento de maior pressão, que não ignorou, apresentou-se na conferência de imprensa, na véspera do jogo da segunda mão, e disponibilizou-se para responder a todas as perguntas.

E deu uma lição de liderança que, sem qualquer dúvida, foi de enorme utilidade para o jogo que se avizinhava. O reconhecimento de que Portugal falhou em Copenhaga e o apelo à união para a segunda mão, foram de uma relevância crucial.

“O que tenho visto nos últimos dias tem sido rostos cabisbaixos e isso está completamente fora do meu dicionário. Só perdemos a primeira parte e eu nunca perdi na primeira parte. Amanhã é a segunda parte. Para mim, as gerações melhores são as que ganham, independentemente de serem de ouro, prata ou latão. São aquelas que juntam as tropas. Não tenho gostado do negativismo à volta da Seleção. Se Portugal tiver de ganhar e eu não jogar, eu assino já por baixo. Eu quero é que Seleção ganhe. Vou defender as cores da seleção até à morte.”

E a equipa ouviu e assumiu as palavras e o exemplo do seu líder. Digo equipa, e não grupo, porque são coisas bem diferentes. Talvez muitos dos detratores da Seleção Nacional nunca tenham feito parte de uma equipa, e muito menos terão capacidades para a liderar. Para que fique claro, e numa perspetiva pedagógica para aqueles que não sabem a diferença, um grupo é simplesmente um conjunto de pessoas reunidas, que podem ou não compartilhar objetivos em comum. Uma equipa é muito mais do que isso, é formada por pessoas que trabalham juntas de maneira coordenada para alcançar um objetivo comum.

A seleção portuguesa foi uma verdadeira equipa.

Não jogou bem, teve imensos erros individuais, alguns deles com influência direta no resultado, outros em que a sorte nos protegeu, mas soube sempre unir-se e reerguer-se com os que jogaram de início e com os que foram entrando ao longo do jogo. Ninguém perdeu sozinho na Dinamarca, assim como ninguém ganhou sozinho em Alvalade. Assim funcionam as equipas vencedoras.

E não há equipas de alto desempenho, como foi a nossa seleção, sem uma liderança forte. Sim, não me enganei, afirmei alto desempenho e não “elevada nota artística”. O desempenho mede-se através de resultados e não pelo virtuosismo da exibição. E liderança forte demonstra-se pela capacidade do líder assumir responsabilidades e superar os seus erros. Foi isso que o Cristiano Ronaldo fez, ao assumir a responsabilidade de bater o penalti no início da segunda partida, e superar o erro de ter falhado na sua marcação e lutar até ser substituído.

Talvez Portugal pudesse ser maior, não como Trump quer a América, mas como já foi em muitos feitos notáveis, se não tivesse este grupo de treinadores de bancada falhados, que preferem denegrir a imagem de um líder exemplar como é Cristiano Ronaldo, resumindo-o a um velho que só quer bater recordes e esquecendo-se de tudo o que ele tem dado a este país.

Para terminar, apenas mais uma nota acerca do que todos podemos aprender com os mais velhos. As civilizações orientais, fomentam a transmissão de ensinamentos pelos mais velhos, enfatizando o respeito, a sabedoria acumulada e a continuidade das tradições. A juventude e o conhecimento de nada servem, sem uma atitude adequada e uma aplicação sábia. Devíamos seguir o exemplo destas culturas do Oriente.

 

"O talento ganha jogos, mas o trabalho em equipa e a inteligência ganham campeonatos." 

Michael Jordan (basquetebolista norte-americano)


terça-feira, 25 de março de 2025

RICARDO COSTA

Até quando vamos optar pelo silêncio e ignorar o poder que temos?

Nos últimos dois dias, após a publicação do meu artigo de opinião, recebi centenas de mensagens e comentários. Palavras de apoio, de revolta, de frustração, mas, acima de tudo, de resignação.

“És um verdadeiro exemplo de quem deveria liderar o país… mas lá está! Tens empresa, és empreendedor… O sistema não o permite. Se fosses arruinavam-te os negócios!

“Devia ir para o governo, mas cuidado, não estrague a sua vida.”

“O sistema está montado para destruir quem quer fazer algo pelos portugueses.”

“Não há ninguém que consiga fugir dele.”

“Sei que não avança pelas suas empresas, iam acabar com elas.”

“Tem o meu voto, mas pense no que isso pode fazer à sua família.”

Estas frases, vindas de cidadãos comuns, são o reflexo de um problema profundo e enraizado: a perceção de que a política em Portugal não é um espaço para quem quer servir, mas sim um campo minado onde poucos entram sem se corromper ou sem serem destruídos.

E a pergunta que me inquieta é: até quando vamos aceitar isto como um dado adquirido?

Até quando vamos continuar a ver os melhores profissionais da sociedade – os mais competentes, os mais íntegros, os mais preparados – recusarem qualquer papel na política porque sabem que, inevitavelmente, serão atacados, descredibilizados e usados como alvos de um sistema que protege os que já lá estão?

Até quando vamos permitir que os que verdadeiramente querem mudar o país fiquem de fora, porque a política se tornou sinónimo de sacrifício pessoal, destruição profissional e instabilidade familiar?

O problema não é apenas dos políticos. É nosso também. Porque nos resignamos. Porque aceitamos como inevitável. Porque nos calamos.

A democracia não se esgota no ato de votar. Ela exige cidadãos ativos, exigentes e dispostos a lutar por uma política que seja, de facto, um espaço de serviço público e não um palco de interesses pessoais.

Se continuarmos a afastar da política os mais capazes, quem vai governar? Se continuarmos a permitir que os jogos de poder sejam mais importantes do que as pessoas, que país vamos construir?

Portugal tem de romper com esta cultura de conformismo. Precisamos de coragem para exigir mais, para apoiar quem quer mudar as coisas e para deixar claro que não aceitamos uma política de mediocridade e oportunismo.

Se queremos um país melhor, está na hora de parar de dizer “é assim e sempre será” e começar a perguntar “como podemos mudar isto?”.

E essa mudança começa em cada um de nós. No que exigimos. No que aceitamos. No que estamos dispostos a fazer.

A política não pode continuar a ser um espaço onde só sobrevive quem faz parte do sistema. Tem de voltar a ser um espaço onde os melhores querem e podem estar.

Até quando vamos fingir que não temos poder para mudar isso? 

segunda-feira, 24 de março de 2025

BRINCAR COM O BRINQUEDO DO VIZINHO


Já todos assistimos, como observadores ou protagonistas, ao comportamento de algumas crianças que no convívio com outras, guardam os seus brinquedos, para que os coleguinhas os não estraguem, e brincam com os brinquedos do vizinho como se não houvesse amanhã. Se os estragarem não importa, pois não são deles.

Este comportamento quando não é contrariado na infância, com intervenções pedagogicamente assertivas, reflete-se na vida adulta de forma efetiva. Já todos nós emprestamos coisas que nos são devolvidas num estado degradado, bem diferente daquele em que estavam quando as cedemos ou, ainda pior, não nos são nunca devolvidas.

Quando verificamos este estado de coisas ao nível dos responsáveis máximos das nações deste mundo, a gravidade desta prática é ainda maior e mais perigosa. Donald Trump deve ter sido uma destas crianças que gostava de brincar com os brinquedos do vizinho.

Donald Trump nasceu em 14 de junho de 1946, no bairro do Queens, em Nova York, Estados Unidos. Foi o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um empresário do setor imobiliário, e Mary MacLeod, uma dona de casa de origem escocesa. Desde cedo, demonstrava uma personalidade forte e, por vezes, rebelde.

Durante a sua infância, ele cresceu num ambiente confortável, graças ao sucesso financeiro do seu pai. No entanto, o seu comportamento desafiador levou Fred Trump a tomar medidas drásticas. Aos 13 anos, enviou-o para a Academia Militar de Nova York, onde esperava que ele aprendesse disciplina e responsabilidade. Lá, ele destacou-se na prática desportiva e desenvolveu habilidades de liderança, mas também manteve a sua competitividade e ambição. Esta fase da vida de Donald Trump moldou a sua personalidade e a sua abordagem à vida adulta, marcada por uma busca constante de sucesso e reconhecimento.

É assim que ele se posiciona como presidente dos EUA e interfere com toda a geopolítica global. Assumindo por iniciativa própria o papel de mediador nas negociações da guerra na Ucrânia, ele propôs um cessar-fogo de 30 dias entre Rússia e Ucrânia, com foco em proteger infraestruturas críticas, como redes de energia e alvos no Mar Negro. As negociações estão sendo mediadas pelos EUA e pela Arábia Saudita, com reuniões marcadas para Jidá.

Trump também manteve conversas diretas com os líderes dos dois países beligerantes, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Durante uma ligação com Putin, ele discutiu a possibilidade de uma trégua parcial, enquanto Zelensky expressou estar disposto a um cessar-fogo imediato e à proteção de infraestruturas civis. Apesar de avanços, ainda há desafios significativos, como as condições impostas pela Rússia para interromper a ajuda militar ocidental à Ucrânia.

Cabe aqui recordar que este processo começou bastante mal, com o mundo a assistir em direto ao espetáculo mediático, e de ofensas pessoais e diplomáticas que Zelensky viveu na Sala Oval da Casa Branca.

Claramente se percebe que os objetivos de Trump é proteger os EUA e aproveitar-se de todas as misérias que a guerra pode deixar, para disso tirar partido. Garantir as terras raras da Ucrânia e uma aproximação à Rússia, afastando-a da China, seria a cereja no topo do bolo, já que a Europa julga poder controlá-la através da Nato.

Para juntar a este quadro perfeito, a sociedade que pretendia fazer com Benjamin Netanyahu, expulsando os palestinianos de Gaza e da Cisjordânia, e criando a Riviera do Médio Oriente, faria dele, não importa a que preço, o homem capaz de acabar com as guerras e de fazer a América grande, de novo.

Talvez Donald Trump veja as suas funções de presidente de umas das maiores nações do mundo, como um simples jogador do célebre jogo de tabuleiro Monopólio. Mas, mesmo assim, guardará o seu jogo e jogará com o do vizinho, para não estragar o tabuleiro, e evitar que alguém lhe possa roubar peças.

 

"Não cobices o que não é teu, pois aquilo que te pertence pode ser o desejo de outro."

Ditado popular

 

  

sexta-feira, 21 de março de 2025

POCAHONTAS

A primeira imagem que nos ocorre quando falamos de Pocahontas, é a da personagem animada da Disney lançada em 1995, uma interpretação romântica e criativa inspirada na figura histórica com o mesmo nome. Este filme faz parte da era renascentista da Disney, conhecido pelas suas produções marcantes. Ele traz uma narrativa fictícia que mistura elementos de história, cultura e fantasia.

Mas Pocahontas foi uma figura histórica indígena da América do Norte, fascinante e cercada de mitos, cujo nome verdadeiro era Matoaka. Nascida por volta de 1596, ela era filha do chefe Powhatan, líder de uma confederação de tribos indígenas na região que hoje é a Virgínia, nos Estados Unidos. O nome "Pocahontas" era um apelido que significa algo como "criança brincalhona" ou "mimada".

Conhecida pelo seu papel nas interações entre os povos indígenas e os colonos ingleses, foi protagonista de uma história famosa. Conta-se que ela teria salvado a vida de John Smith, um colono inglês, quando ele foi capturado pela sua tribo. No entanto, vários historiadores debateram a veracidade desse evento.

Mais tarde, Pocahontas foi capturada pelos ingleses e acabou casando-se com John Rolfe, um plantador de tabaco. Esse casamento foi o primeiro registado entre uma indígena e um europeu na América do Norte e ajudou a estabelecer um período de paz entre os dois grupos. Após o casamento, ela foi batizada como Rebecca e viajou para Inglaterra, aonde foi apresentada à sociedade como um exemplo de "civilização" dos povos indígenas.

Infelizmente, Pocahontas morreu jovem, em 21 de março de 1617, com cerca de 21 anos, enquanto estava em Inglaterra. Ela foi um símbolo de mediação entre nativos e colonos ingleses, e o seu legado continua a ser objeto de estudos e interpretações, tanto históricas quanto culturais. 

quinta-feira, 20 de março de 2025

TROFÉU JULES RIMET

O roubo do troféu Jules Rimet em 1966 foi um dos episódios mais curiosos da história do futebol. O troféu estava em exibição no Westminster Central Hall, em Londres, como parte de uma feira filatélica chamada "Stampex". Apesar da segurança, no dia 20 de março de 1966, o troféu foi roubado de uma vitrine trancada com um cadeado. O ladrão aproveitou um momento em que o local estava vazio devido a uma celebração religiosa noutra parte do edifício.

A polícia britânica, incluindo a Scotland Yard, iniciou uma investigação intensa. Um suspeito chamado Edward Betchley foi preso por tentativa de extorsão, mas ele nunca revelou o paradeiro do troféu. Felizmente, ele foi encontrado uma semana depois, no dia 27 de março, por um cachorro chamado Pickles, que o descobriu embrulhado em jornais enquanto passeava com seu dono num parque da cidade.

Este incidente foi um grande embaraço para as autoridades britânicas, especialmente porque o Mundial de Futebol seria realizado em Inglaterra naquele ano. O troféu foi devolvido a tempo, e a Inglaterra venceu o torneio, conquistando a Jules Rimet pela primeira vez. 

quarta-feira, 19 de março de 2025

CHEGA, DE CORRUPÇÃO


Em finais de novembro de 2024, escrevi uma crónica que intitulei “CHEGA, DE VERGONHA”, em que explicava a razão por que tinha colocado a vírgula no título. As razões por que hoje a coloco são basicamente as mesmas. Isto é, poderia intitulá-la eliminando a virgula, “Chega de corrupção”, ou o mesmo será dizer a corrupção no Chega.

Com efeito neste grupo de indivíduos talhados para a política, que infelizmente está longe de ser aquilo que o seu significado pressupõe, não falta nenhuma especialidade nas artes de corromper. Começando por uma má educação endógena, práticas como roubar, abusar sexualmente de crianças pagando por esses favores e conduzir com taxas de alcoolémia cinco vezes superiores ao limite legal, não podem ser consideradas corrupção. São meros deslizes comportamentais, comuns à maioria dos mortais do eleitorado que eles representam. Mas não se desiludam que eles prepararam-se bem e, a seu tempo, vão mostrar o que é corrupção a sério.

Eles não são políticos, embora o pareçam. São outra coisa muito mais elaborada, permitindo-se igualizar democracia e corrupção, como evidenciam nos cartazes que semearam recentemente pelo país com a mensagem “50 ANOS DE CORRUPÇÃO – É TEMPO DE DIZER CHEGA”.

Gostava que estes pseudopolíticos lessem o que escrevo sobre eles, para ver se lhes resta um pingo de vergonha que os faça pensar. Compreendo que seja difícil, até porque um dos códigos de funcionamento de qualquer matilha, é seguir o líder. E eles cumprem-no sem hesitações, mostrando-se um pouco confusos quando ele não está. Veja-se a recente aparição feita numa comissão parlamentar de inquérito, da qual o comandante não fazia parte, para segurar na mão da condiscípula, não fosse ela engasgar-se e não haver ninguém que lhe batesse nas costas!

Como a esperança é a última coisa a morrer, mesmo estando consciente que estes jograis parlamentares não me leem, pode ser que consiga esclarecer alguém que perceba que votar neste partido será acabar com cinquenta anos de democracia, recordando o que a palavra política significa.

A palavra "política" tem origem no grego antigo "politikḗ" (πολιτική), que significa "os assuntos da cidade" ou "arte de governar a cidade". Ela deriva de "pólis" (πόλις), que significa "cidade-estado", e de "politikós" (πολιτικός), que significa "relativo aos cidadãos" ou "ao que é público".

Na Grécia Antiga, a pólis era a unidade básica da organização social e política, e "politikḗ" dizia respeito às práticas e decisões relacionadas ao bem comum dessa comunidade. Com o tempo, o conceito evoluiu e passou a abranger o estudo e a prática de governar e organizar as sociedades de forma mais ampla. Curiosamente, a base desse termo reflete a preocupação com a vida coletiva e as interações dentro de uma comunidade organizada.

O nosso país viveu os últimos cinquenta anos numa democracia, com episódios de corrupção e muita politiquice barata, que facilmente darão lugar a um novo ciclo de corrupção à séria, sem qualquer preocupação democrática, e em que a política é apenas uma fachada, se partidos como o Chega vierem a conquistar mais espaço na cena política portuguesa.

É imperativo que rapidamente tomemos consciência de que devemos eleger políticos que saibam o que é política, que tenham um verdadeiro espírito de missão, e que tenham capacidade para gerir recursos em contextos complexos e mutáveis a qualquer instante. Que disponham de uma personalidade forte, sejam autoconfiantes, e não se ofendam como uma donzela na idade média quando por algum motivo duvidam deles. Que tenham consciência que muito mais importante ser do que parecer, e que estejam disponíveis para servir a comunidade e não o contrário.

Ao fim e ao cabo, características que não exigem grandes estudos, pois para a análise de dossiers mais complexos existirão sempre as comissões técnicas para apoiarem as decisões governativas. Recordemos as que já existiram para se determinar a localização do novo aeroporto de Lisboa!

Tal como os povos orientais aprenderam a desenvolverem-se tecnologicamente, copiando e melhorando, até se tornarem líderes nalgumas tecnologias, aprendamos com os americanos como elegeram um simplório arrogante e rico para presidente. Sim, sigamos o exemplo, mas copiando e melhorando, até encontramos um Donald Trump, em bom. 

Para terminar uma última mensagem, em forma de cartaz político: “CHEGA, acabemos com partidos corruptos no nosso parlamento”.

 

"A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios."

Montesquieu (filósofo, jurista e escritor francês do século XVIII)


terça-feira, 18 de março de 2025

VICTOR HUGO

"A revolução é o pensamento levado à ação."

Mais uma frase de Victor Hugo, que reflete a sua faceta de interventor político e lutador pela liberdade.

Em 18 de março de 1871, iniciava-se a Comuna de Paris, uma insurreição popular que tomou o poder em Paris até maio desse ano, após a derrota da França na Guerra Franco-Prussiana. Victor Hugo, apesar de ser um republicano e defensor da democracia, não foi diretamente um comunardo. Embora não fosse socialista, ele defendia os direitos dos trabalhadores e condenava o massacre dos comunardos, que foram fuzilados em massa após a queda da Comuna. Na sua obra O Ano Terrível (1872), ele denuncia a violência do governo de Versalhes contra os revolucionários.

Também durante a Revolução Francesa de 1848, que levou à queda do rei Luís Filipe e à criação da Segunda República, Victor Hugo foi um político ativo. Eleito deputado da Assembleia Constituinte, inicialmente apoiava o governo republicano moderado de Luís Napoleão Bonaparte (sobrinho de Napoleão). No entanto, com o tempo, tornou-se um forte opositor da repressão violenta contra os trabalhadores durante as Jornadas de Junho (1848), onde milhares de operários foram massacrados. Esses acontecimentos marcaram profundamente o seu pensamento e a sua literatura. Em Os Miseráveis (1862), retrata a luta do povo francês, especialmente nas barricadas de 1832, mas a obra também ecoa o espírito revolucionário de 1848. 

sexta-feira, 14 de março de 2025

À MULHER DE CÉSAR NÃO BASTA SER SÉRIA, É PRECISO PARECÊ-LO

A expressão "À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo" tem origem na Antiguidade Romana e está associada a Júlio César, um dos grandes líderes de Roma. Segundo a história, ela foi inspirada num episódio envolvendo Pompeia, segunda esposa do ditador.

Conta-se que durante um festival religioso chamado Bona Dea, que permitia apenas a participação de mulheres, um jovem chamado Clódio disfarçou-se de mulher para se infiltrar na cerimónia e tentar aproximar-se de Pompeia. Quando o disfarce foi descoberto, César divorciou-se de Pompeia, apesar de não haver provas concretas de que ela tivesse colaborado com Clódio. Ao explicar a sua decisão, Júlio César teria afirmado que "À mulher de César não basta ser honesta, é necessário que pareça honesta", reforçando a ideia de que a reputação deveria ser impecável, além da conduta em si.

Desde então, a expressão passou a ser usada para destacar a importância não apenas de ter virtudes, mas também de transmitir uma imagem condizente com elas. É fascinante como uma história tão antiga continua reverberando até aos dias de hoje!

E os últimos dias lembraram bem esta expressão, com a conduta adotada por Luís Montenegro, Primeiro-Ministro demissionário. E a responsabilidade de não parecer sério, embora o possa ser de facto, cabe-lhe inteiramente. Para que melhor se compreenda, transcrevo o que o Professor Rui Pereira escreveu na sua coluna de opinião no Correio da Manhã, no passado sábado 8 de março. O título do artigo “Politiquinha”, diz tudo.

“Luís Montenegro criou uma sociedade por quotas de que eram únicos sócios ele próprio, a mulher e os filhos. A sociedade presta assessoria sobre segurança e responsabilidade empresarial. Eleito líder do PSD, deixou de ser gerente e cedeu a quota à mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos. A cessão é considerada válida pela mais reputada doutrina (Pires de Lima e Antunes Varela), que entende ter sido revogada a proibição de venda entre cônjuges. Ainda que nula, a venda não geraria incompatibilidade, por não ser ilegal um governante deter quotas de sociedades.

O Primeiro-Ministro deu a conhecer proventos, clientes e colaboradores da sociedade. Só haveria acumulação se continuasse a exercer funções. Conflito de interesses existirá se tiver intervindo em decisões que digam respeito à sociedade ou às empresas clientes. Não se percebe que ilícito criminal terá praticado. A corrupção exigiria que as avenças fossem contrapartida de serviços fictícios e favorecimento de empresas. Serão os factos bastantes para fazer cair um Governo empossado há menos de um ano e precipitar eleições de desfecho incerto num quadro de crise global?”

Pois caro Professor Rui Pereira, eu respondo-lhe. NÃO!

Esteve nas mãos de Luís Montenegro evitar tudo isto. Começando por omitir informação, que quando se está exposto publicamente é um erro, prosseguiu com atitude de “donzela ofendida”, necessitando de todo o seu séquito do Governo para o defender, não fosse alguém atacá-lo “à traição”.

Nos últimos dias, tem circulado na net uma foto de Luís Montenegro do tempo em que militou nas classes jovens de futebol do Sporting Clube de Espinho. Aparece equipado com uma camisola em que o patrocinador exibe a sua marca, SOLVERDE. Jocosamente, foi associada a frase “dantes avançado, agora avençado”.

Fui buscar esta imagem para fazer a ponte com a comparação que pretendo realizar com o Cristiano Ronaldo. O que seria deste símbolo da Nação há mais de vinte anos, se se ofendesse com todas as injúrias, cavalas, suspeitas e demais ações tendentes a denegrir a sua imagem? Já teria arrumado as chuteiras há muito tempo… A sua firmeza, até em questões sensíveis como a maternidade do seu filho mais velho, garantem que ele continue sendo um ídolo e um exemplo a seguir.

De futebolista para futebolista, Luís Montenegro podia aprender com o Cristiano Ronaldo, a não esconder o que não deve, e a guardar segredo daquilo que só a ele diz respeito. Mas, quem falta às aulas para jogar golfe (o futebol já lá vai), fica com buracos na matéria.

Julgo que se fosse o Cristiano Ronaldo que estivesse a viver uma situação semelhante mudaria de liga, como aconteceu quando se transferiu do Real de Madrid para a Juventus, depois do fisco espanhol lhe andar à perna. Porém, não me atrevo a dar conselhos aquele que ainda é o nosso Primeiro-Ministro!

Como mensagem final, e após já terem passado mais de dois mil anos sobre a história que deu origem à celebre expressão, quero dizer a todos os políticos portugueses que não se esqueçam que “à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo”.

 

"A confiança leva anos para ser construída, segundos para ser destruída e uma eternidade para ser reparada."

Ditado popular

 

quinta-feira, 13 de março de 2025

PEDRO CHAGAS FREITAS


Zelensky perguntou a Vance:

— Mas já esteve alguma vez na Ucrânia?

— Não, mas vi alguns vídeos.

O mundo moderno num único diálogo.

Não precisamos de ver, de sentir, de entender, de ler.

Basta ver uns vídeos.

Um punhado de imagens editadas, um algoritmo bem afinado — e pronto: sabemos.

Sabemos mais ou menos.

Ficamos mais ou menos com uma ideia.

Somos mais ou menos humanos.

Mais ou menos empáticos.

Mais ou menos pessoas.

A guerra?

Vi uns vídeos.

A crise climática?

Vi uns vídeos.

A economia?

Vi uns vídeos.

O amor?

Vi uns vídeos.

O mundo já não é um lugar de experiência; é um feed infinito de informação descontextualizada.

Ser curioso é um esforço desnecessário.

Ser ignorante é confortável.

O que levas uma vida a estudar eu resumo num vídeo de três minutos.

O que sentiste na pele eu consumo com legendas automáticas.

Ver uns vídeos é a cátedra moderna: a dos charlatães que governam o mundo.

Falam com uma certeza que não têm.

Confundem manchetes com sabedoria.

São os que não duvidam.

Os charlatães sabem tudo.

Sobre tudo.

Da geopolítica à neurociência, do mercado financeiro à arte renascentista.

Basta-lhes um parágrafo do Wikipedia, um vídeo no YouTube, um post no X.

Estão prontos a discursar, a ensinar, a decidir o destino do mundo.

Parecem líderes, parecem sábios, parecem preparados.

Porque parecem, são.

Nós, anestesiados, aceitamos.

Afinal, também vimos uns vídeos. 

quarta-feira, 12 de março de 2025

FIRESIDE CHAT

Em 12 de março de 1933, Franklin D. Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, realizou a sua primeira conversa ao pé da lareira (Fireside Chat).

As Fireside Chats foram uma série de discursos transmitidos pelo rádio pelo presidente, entre 1933 e 1944. Esses discursos tinham como objetivo comunicar diretamente com o povo americano, criando uma sensação de proximidade e confiança durante períodos de grande dificuldade, como a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial.

O termo Fireside Chat (conversa ao pé da lareira) foi usado para descrever o tom informal e acolhedor das transmissões, como se Roosevelt estivesse conversando diretamente com as famílias nas suas salas de estar. No total, foram realizadas 31 transmissões, abordando temas como a recuperação económica, políticas do New Deal, segurança nacional e esforços de guerra.

Essas conversas foram inovadoras, porque permitiram que Roosevelt explicasse as suas políticas de forma clara e acessível, reduzindo a distância entre o governo e os cidadãos. Elas também ajudaram a acalmar os temores da população e a construir apoio para as suas iniciativas.

terça-feira, 11 de março de 2025

ANTÓNIO DE SPÍNOLA

A data de 11 de março de 1975, sobre a qual hoje se completam cinquenta anos, ficou ligada ao General António de Spínola, pela tentativa de golpe militar em Portugal liderada pelos setores conservadores das Forças Armadas, que queria travar o rumo revolucionário da Revolução dos Cravos, de 25 de abril de 1974.

António de Spínola (1910–1996) foi um militar e político português, conhecido pelo seu papel crucial durante o período revolucionário, em 1974. Ele foi o primeiro Presidente da República após o 25 de Abril, ocupando o cargo de maio a setembro de 1974. Antes disso, destacou-se como governador da Guiné Portuguesa, onde tentou implementar uma abordagem política e diplomática para a guerra colonial, propondo soluções federalistas.

O General Spínola é também lembrado pelo seu livro "Portugal e o Futuro", que criticava a condução da guerra colonial e defendia uma transição política. Após a sua curta presidência, ele entrou em conflito com as forças mais radicais do Movimento das Forças Armadas (MFA), que o conduziu ao exílio, após a tentativa fracassada do golpe militar há meio século atrás.


segunda-feira, 10 de março de 2025

OTAN PODE DAR LUGAR À OTIA

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), também conhecida pelo seu acrónimo inglês NATO (North Atlantic Treaty Organization), é uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949. Formada inicialmente por doze países, a OTAN foi estabelecida com o objetivo de garantir a segurança coletiva e a cooperação militar entre os seus membros, especialmente durante o contexto da Guerra Fria, em resposta às ameaças do bloco soviético.

Hoje, a OTAN é composta por trinta e um países membros, dois da América do Norte, Estados Unidos e Canadá, e os restantes vinte e nove europeus. A principal diretriz da organização é o princípio da defesa coletiva, consagrado no artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, que afirma que um ataque contra qualquer membro será considerado um ataque contra todos.

Sediada em Bruxelas, na Bélgica, a OTAN para além da defesa militar, promove a cooperação em áreas como o combate ao terrorismo, a segurança cibernética e o apoio em crises humanitárias.

A existência da OTAN tem vindo a ser questionada por vários motivos. Um deles prende-se com a sua expansão incluindo países do Leste Europeu, que tem gerado tensões geopolíticas, dado ser vista como uma provocação à Rússia, o que em parte justifica a invasão da Ucrânia em 2022. Aliás, os russos têm afirmado recorrentemente que só aceitarão qualquer acordo de paz, se o mesmo contemplar o compromisso da Ucrânia não ser admitida como membro da OTAN.

A diversidade existente entre os vários membros, com diferentes prioridades e interesses, tem vindo a dificultar a tomada de decisões unificadas de forma crescente. A partilha de custos tem sido outro fator crítico, pela desigualdade na contribuição financeira entre os membros, com os Estados Unidos frequentemente exigindo uma maior participação dos outros países nesta matéria.

Com a tomada de posse de Donald Trump, a posição americana face aos custos tem vindo a ganhar maior relevância. É um facto que com o fim da União Soviética, muitos são os que têm vindo a questionar se a OTAN ainda se justifica no formato atual, já que foi criada para conter a ameaça soviética. Estes dois aspetos juntos, simultaneamente com a proximidade que Trump e Putin têm vindo a estreitar, conduz a uma grande incógnita sobre o futuro da OTAN.

Por outro lado, esta aproximação nunca vista dos EUA à Rússia tem um objetivo. Travar a constituição de um bloco oriental, tendo como principais forças a China e a Rússia, o que colocaria os americanos numa situação vulnerável se não se mantivessem aliados com a Europa.

Existem alguns sonhadores, que alimentam a tese de que no futuro teremos uma Europa, como uma única nação federal, que integrará também a Rússia. Penso que mais do que um sonho, se trata de um cenário utópico, sem qualquer probabilidade de se tornar real. Se tanto na OTAN, como na União Europeia, assistimos a uma enorme dificuldade de gerar consensos que só se concretizam em situações de crise, pelas divergências entre países já comentadas, imaginemos como aumentaria a entropia com a presença russa.

Aprendi com a experiência que aquilo que julgamos impossível só o é até que se realize. Porém, também aprendi que numa análise estratégica por cenários, poderemos ter uns com 99% e outros com 1% de probabilidades de concretização. E, sinceramente, este de uma Europa unificada com a presença da Rússia não me parece chegar sequer a um por cento.

Neste vaivém de interesses e negociatas, os chineses começam a ver uma Rússia distante e uma Europa sozinha, o que os leva a reconsiderarem as suas alianças. E, embora não seja um provérbio chinês “cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”, os chineses começam a piscar o olho à União Europeia. Se este namoro pegar, e Trump e Putin se continuarem a beijar na boca, como em muitas imagens que circulam nas redes sociais, não será de estranhar um possível noivado entre a Europa e a China.

Se esta minha especulação tiver algum sentido, poderemos vir a ver a OTAN a dar lugar à OTIA (Organização do Tratado Índico Atlântico).

 

"A alavancagem da força está na aliança. Juntos, podemos alcançar mais."

Andrew Carnegie (industrial e filantropo escocês-americano)

sexta-feira, 7 de março de 2025

PIET MONDRIAN

"A verdadeira vida é expressa na abstração."

Piet Mondrian, foi um pintor neerlandês nascido em 7 de março de 1872, em Amersfoort, Países Baixos, e falecido em 1 de fevereiro de 1944, em Nova Iorque, Estados Unidos. É amplamente reconhecido como um dos maiores artistas do século XX e um dos pioneiros da arte abstrata.

Mondrian começou a sua carreira artística pintando paisagens e cenas naturais, mas ao longo do tempo, a sua obra evoluiu para um estilo cada vez mais abstrato. É mais conhecido pelo seu envolvimento com o movimento artístico De Stijl, que cofundou com Theo van Doesburg. Esse movimento, também conhecido como neoplasticismo, buscava criar uma "arte plástica pura" utilizando formas geométricas simples e cores primárias (vermelho, azul e amarelo), além de preto, branco e cinza.

Algumas das suas obras mais famosas incluem "Composição com Vermelho, Azul e Amarelo" e "Broadway Boogie-Woogie". Mondrian acreditava que a arte deveria refletir uma harmonia universal e espiritual, e as suas pinturas são caracterizadas por linhas retas e formas geométricas que expressam essa visão.

Criador do Neoplasticismo, que buscava uma arte pura e universal baseada na harmonia e no equilíbrio, influenciou o design, a arquitetura e até a moda com o seu estilo minimalista e abstrato. 

quarta-feira, 5 de março de 2025

É TRISTE!

Hoje, 6 de dezembro de 2024, realizou-se no Parlamento português a sessão solene comemorativa do centenário do nascimento de Mário Soares.

Quem me conhece sabe que nunca fui militante de nenhum partido, nem estive perto do meio político. O mais próximo que, a espaços, cheguei, foi a convivência com alguns conhecidos ou amigos que gravitavam nesse meio. Mesmo nessas circunstâncias, sempre assumi uma atitude passiva, guardando para mim as opiniões que tinha, como qualquer comum mortal, arredado dessas lides políticas. 

Se fosse José Rentes de Carvalho, diria “dai-me raivas”, mas prefiro dizer que o que vou escrever a seguir representa o meu direito à indignação, que se manifesta num sentimento de profunda tristeza.

Como nesta altura em Moçambique temos uma diferença de duas horas para Portugal, quando acabo de almoçar, tenho o hábito de ligar o televisor, e ver um dos canais noticiosos da TV portuguesa no seu jornal do meio-dia. Quando o fiz hoje, nem me ocorreu o que estava a acontecer na Assembleia da República e que evoquei nas primeiras linhas deste texto.

Estava a usar da palavra o Presidente da Assembleia, enaltecendo, e bem, todo o contributo que Mário Soares deu para aquilo que hoje é Portugal. Confesso que a eloquência do discurso, verdadeira e factual, me emocionou, transportando-me há muitos anos atrás quando era um jovem à procura do seu caminho.

Pese embora não ter estado sempre de acordo com as ideias e opções políticas de Mário Soares, reconheço-lhe o imenso mérito na construção da democracia portuguesa, que não sendo perfeita, deve ser motivo de orgulho para todos os portugueses.

Talvez me encontre agora mais sensível há liberdade que vivi desde os meus dezasseis anos, por viver num país que teve a presença portuguesa durante quase cinco séculos, e que de democracia apenas tem a que a palavra Républica pode encerrar no seu propósito.

Mas voltando à sessão parlamentar, seguiu-se a alocução do Presidente da Républica que, apesar de assertiva, não teve brilho face ao orador que o antecedeu. Não tive oportunidade de ouvir os discursos dos líderes parlamentares dos partidos representados na Assembleia, que tiveram lugar antes de ligar o televisor. Ouvi sim, a opinião dos comentadores políticos, que de uma maneira geral enalteceram o tom elevado com que todos se referiram a Mário Soares. Todavia, como não podia deixar de ser, o Chega, ainda que numa rara tentativa de ser respeitoso, teve que ser impreciso e encontrar algo negativo a quem estava a ser homenageado e tanto fez para que se pudessem sentar nos lugares de ocupam no Parlamento.

Mas a minha tristeza não advém do que o André Ventura proferiu no seu discurso, que não escutei. Vem sim da atitude indigna de se manterem sentados, enquanto os deputados presentes aplaudiam, de pé, as alocuções dos dois presidentes.

Este líder do Chega, que de líder tem tanto como um pastor que conduz as suas ovelhas, sem querer ofender, obviamente, o pastor e o rebanho, não sabia sequer que algum dia ia existir, quando Mário Soares e outros democratas da época do 25 de abril, faziam política “à séria”.

O respeito pela história, e por aqueles que a fizeram, deve ser um valor indiscutível numa sociedade justa e democrática. Só espero e desejo, que esta mesma história, seja capaz de devolver estes sem vergonha ao seu lugar, limpando um parlamento aonde se sentaram pessoas como Mário Soares.

Como gosto de provérbios, só espero que o seguinte se aplique ao que acabei de afirmar: “os cães ladram, e a caravana passa”.

 

"A vida é sempre curta. O que é preciso é que a gente viva com dignidade e deixe uma memória simpática do que fez."

Mário Soares (político português)


terça-feira, 4 de março de 2025

ABRAHAM LINCOLN

Há 164 anos, a 4 de março de 1861, Abraham Lincoln, era empossado como o 16º presidente dos Estados Unidos.

Considerado um dos líderes mais icônicos da história americana, é amplamente recordado pela sua liderança durante a Guerra Civil Americana, pela sua defesa da união do país e pela sua atuação decisiva na abolição da escravatura.

Nascido numa cabana de madeira em Hodgenville, Kentucky, em 12 de fevereiro de 1809, cresceu em condições humildes e teve uma educação formal limitada. Autodidata, apaixonou-se por livros e pelo estudo do direito.

Foi advogado e serviu na legislatura de Illinois, sendo eleito para a Câmara dos Representantes dos EUA em 1846. Devido à controvérsia sobre a expansão da escravatura, em 1850, envolve-se na política nacional, tornando-se líder do então recém-criado Partido Republicano. Venceu as eleições presidenciais em 1860, o que levou à separação de vários estados do Sul e ao início da Guerra Civil Americana (1861-1865).

Liderou o país durante a guerra entre o Norte (União) e o Sul (Confederados) e, em 1863, faz a Proclamação da Emancipação, que declarou livres os escravos nos estados confederados. Reeleito em 1864, defendeu a aprovação da 13ª Emenda, que aboliu oficialmente a escravatura nos EUA.

Foi assassinado por John Wilkes Booth, um simpatizante dos confederados, no Teatro Ford, em Washington, D.C., em 14 de abril de 1865, vindo a falecer no dia seguinte.

Abraham Lincoln é considerado um dos maiores presidentes da história dos EUA. Defendeu a democracia e a igualdade. O discurso que proferiu em Gettysburg, em 1863, é uma das peças mais importantes de retórica da política mundial. A sua liderança ajudou a preservar a União dos Estados Americanos e a abolir a escravatura.

Decerto, hoje, se existisse, sentir-se-ia triste e desiludido com o que se passa no seu país e a forma como é liderado! 

segunda-feira, 3 de março de 2025

REGINA BRETT

42 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU

 

Nesta rúbrica não costumo fazer qualquer tipo de preâmbulo. Contudo, neste caso impõem-se que o faça. O texto que se segue foi escrito por Regina Brett, de 90 anos, uma americana de Cleveland, Ohio. Ela tem uma coluna no Plain Dealer, o maior jornal diário da região, e um dos mais antigos e influentes jornais dos Estados Unidos. Fundado em 1842, é conhecido pela sua cobertura abrangente de notícias locais, nacionais e internacionais.

“Para celebrar o envelhecimento, escrevi uma vez as 42 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que já escrevi. O meu conta-quilómetros chegou aos 90 em agosto, por isso aqui está novamente:

1. A vida não é justa, mas continua a ser bela.

2. Em caso de dúvida, avança para o passo seguinte.

3. A vida é demasiado curta, aproveita-a.

4. O teu emprego não vai cuidar de ti quando estiveres doente. São os teus amigos e a tua família que o fazem.

5. Paga os teus cartões de crédito mensalmente.

6. Não tens de ganhar todas as discussões. Mantém-te fiel a ti próprio.

7. Chora com alguém. É mais curativo do que chorar sozinho.

8. Poupa para a reforma a partir do teu primeiro salário.

9. Quando se trata de chocolate, resistir é inútil.

10. Faz as pazes com o teu passado, para que ele não estrague o presente.

11. É normal que os teus filhos te vejam chorar.

12. Não compares a tua vida com a dos outros. Não fazes ideia de como é o percurso deles.

13. Se uma relação deve ser secreta, não deves estar nela.

14. Respira profundamente. Acalma a mente.

15. Livra-te de tudo o que não é útil. A desordem pesa sobre ti de muitas formas.

16. O que não te mata, torna-te mais forte.

17. Nunca é demasiado tarde para ser feliz. Mas isso depende de ti e de mais ninguém.

18. Quando se trata de perseguir o que amas na vida, não aceites um “não” como resposta.

19. Acender velas, usar lençóis bonitos, usar lingerie elegante. Não esperes por uma ocasião especial. Hoje é especial.

20. Prepara-te para o melhor, depois segue o fluxo.

21. Sê um nerd agora. Não esperes até seres velho para usares roxo.

22. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

23. Ninguém é responsável pela tua felicidade a não seres tu.

24. Enquadra cada suposto desastre com estas palavras: “Daqui a cinco anos, será que vai contar?”

25. Escolhe sempre a vida.

26. Perdoa, mas não esqueças.

27. O que os outros pensam de ti não te diz respeito.

28. O tempo cura quase tudo. Deixa o tempo curar.

29. Não importa quão boa ou má seja uma situação, ela vai mudar.

30. Não te leves demasiado a sério. Ninguém mais se leva.

31. Acredita em milagres.

32. Não analises a vida. Vai em frente e aproveita-a, agora.

33. Envelhecer é melhor do que a alternativa de morrer jovem.

34. Os teus filhos têm apenas uma infância.

35. No final, tudo o que realmente importa é o que gostaste.

36. Sai todos os dias. Os milagres estão à tua espera em todo o lado.

37. Se puséssemos todos os nossos problemas numa pilha e víssemos os dos outros, ficaríamos com os nossos.

38. A inveja é uma perda de tempo. Aceita o que já tens, não o que pensas que precisas.

39. O melhor ainda está por vir...

40. O que quer que sintas, levanta-te, veste-te e mostra-te.

41. Desiste.

42. A vida não está embrulhada numa fita, mas continua a ser um presente."

 

VISITA À FAMÍLIA

Chegou o momento de fazer uma pausa. Até ao final de junho a minha atividade neste blogue será menos regular, com alguns apontamentos pontua...