sexta-feira, 7 de novembro de 2025

ANÓNIMO

MAIORES DE 50

“Não toque em pessoas com mais de 50 anos. Estou a falar sério.

Eles não são apenas outra geração: eles são uma verdadeira espécie de sobreviventes.

Duros como o pão do dia, rápidos como os chinelos da avó jogados com precisão de boomerang. Aos cinco anos já “liam” o humor da mãe pelo tilintar da panela; aos sete tinham um porta-chaves com instruções:

“Encontras a comida no frigorífico: aquece-a, mas não entornes.”

Aos nove cozinhavam sem receita; aos dez sabiam fechar a água e fugir do cachorro do vizinho com um balde na cabeça.

Eles passavam o dia inteiro na rua, sem telemóvel, com uma rota clara: barra de dominadas, rio e regresso a casa à noite, com os joelhos cobertos de cicatrizes: o mapa das suas pequenas batalhas.

E eles sobreviveram.

Selaram os arranhões com saliva e folhas de borracha, e quando doeu, escutavam: "Se não ficou pendurado, é porque quase não dói.”

Comiam pão com açúcar, bebiam do aspersor do jardim — um microbioma que invejaria qualquer iogurte — e não conheciam alergias. E se tivessem, não diziam nada.

Eles sabem quinze truques para remover manchas de erva, gordura, sangue ou tinta, porque eles sempre tinham de voltar “apresentáveis”.

E isso não é tudo. Eles passaram por:

– rádio de transístores,

– TV a preto e branco,

– gira-discos e vinis,

– gravadores de bobinas e fitas,

– CD e Discman,

E agora eles carregam milhares de músicas no bolso..., mas sentem falta do rangido de rebobinar cassetes com um lápis.

Com a carta de condução na mão, eles atravessaram o país num carro velho, sem hotéis, ar condicionado ou GPS. Apenas um mapa de estradas e uma sanduíche de ovo no porta-luvas. Eles chegavam sempre, sem o Google Tradutor, sorrindo.

Eles são a última geração que viveu sem internet, sem bateria sobresselente e sem a ansiedade de ficar sem bateria.

Lembram-se do telefone fixo pendurado num canto do corredor, livros de receitas em cadernos e não em aplicativos, e aniversários que apontavam... Ou costumavam esquecer.

Eles:

– consertam tudo com fita isolante, clipe ou alicate,

– tinham apenas um canal de TV e não se aborreciam,

– “folheavam” a lista telefónica, não um feed,

– acreditavam que uma chamada perdida significava “Estou bem, eu ligo de volta.”

Eles são diferentes. Eles possuem um “amianto emocional”, um sistema imunológico forjado na escassez e reflexos de ninja urbano.

Não toque num cinquentão: ele já viu mais, viveu mais fundo e carregou no bolso um doce de hortelã mais velho que o seu filho.

Sobreviveu à infância sem cadeira de carro, sem capacete e sem protetor solar. Escola, sem laptop. Juventude, sem scroll infinito.

Não procura respostas no Google: confia no seu instinto.

E tem mais memórias do que as suas fotos na nuvem. 

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