quarta-feira, 15 de outubro de 2025

NAPOLEÃO BONAPARTE

Em 1815, no dia 15 de outubro, Napoleão Bonaparte iniciou oficialmente o seu exílio na ilha de Santa Helena. Esse momento marca o final definitivo da sua influência política e militar na Europa, após a sua derrota em Waterloo.

Nasceu em 1769, na ilha de Córsega, poucos meses após a sua anexação à França. Filho de uma família da nobreza empobrecida, Napoleão Bonaparte cresceu entre o orgulho insular e a aspiração continental. Desde cedo, o jovem corso revelou uma inteligência cortante e uma ambição que não cabia nas fronteiras da sua terra natal. Aos nove anos, foi enviado para o continente para estudar em escolas militares, onde o seu sotaque e origem modesta o tornaram alvo de escárnio, mas também forjaram a couraça de um estratega implacável.

A Revolução Francesa abriu-lhe as portas da História. Num país em convulsão, Napoleão viu oportunidade. Ascendeu rapidamente nas fileiras do exército, distinguindo-se pela ousadia e pelo cálculo. Em 1799, com apenas trinta anos, protagonizou um golpe de Estado e tornou-se Primeiro Cônsul. Cinco anos depois, coroou-se a si próprio Imperador dos Franceses, num gesto que dispensava bênçãos alheias. O poder, acreditava, era seu por direito de génio.

Durante uma década, a Europa curvou-se à sua passagem. De Austerlitz a Jena, de Wagram a Moscovo, Napoleão redesenhou mapas e destinos. Mas a sua fome de conquista era insaciável. Cada vitória alimentava a ilusão de invencibilidade. Cada tratado era apenas uma pausa antes da próxima campanha. O Império, vasto e glorioso, começou a ruir sob o peso da sua própria ambição.

A invasão da Rússia, em 1812, foi o início do fim. O “general inverno” e a resistência russa dizimaram o seu exército. Seguiram-se derrotas, deserções e traições. Em 1814, foi exilado para Elba. Retornou em 1815, num último ato de desafio — os Cem Dias — que culminaram em Waterloo. Derrotado, foi enviado para Santa Helena, uma rocha perdida no Atlântico Sul, onde morreu em 1821, prisioneiro das suas escolhas e da sua lenda.

Napoleão foi mais do que um conquistador: foi um arquétipo. Encarnou a promessa e o perigo do homem que se faz a si mesmo, que desafia os deuses e, por isso mesmo, cai. A sua história é um espelho da condição humana, onde o brilho do génio e a sombra do excesso caminham lado a lado.

Sem comentários:

Enviar um comentário

DINHEIRO VS CONHECIMENTO!

Texto traduzido de: Olawale Kolawole Muitas pessoas argumentam que um equilíbrio entre dinheiro e conhecimento é fundamental para o suces...