quarta-feira, 30 de abril de 2025

ANA CRISTINA PASSOS FERREIRA

O grupo 1143 pretendia “manifestar-se” no Martim Moniz, em pleno 25 de Abril, mas o que estava planeado era outra coisa: provocar, alimentar o conflito, criar uma narrativa falsa de vitimização.

Os imigrantes que vivem na zona não estavam minimamente preocupados com o “porco assado” ou com as provocações. Estavam — como todos nós deveríamos estar — a viver o seu dia, com dignidade e em paz.

Quando não conseguem encontrar violência, fabricam-na.

Se não for contra imigrantes, será contra quem ousar passear livremente com um cravo na mão.

É sempre o mesmo truque antigo: infiltrar, provocar, agredir, culpar o outro.

E é aí que vemos a verdade: estes homens, que se acham “machos”, não passam de covardes.

Covardes que precisam da força bruta para esconder a fraqueza moral.

Covardes que, sem a manada, talvez não aguentassem nem um bom jogo de pernas de uma mulher corajosa.

Esses homens, que se acham “machos”, são apenas covardes.

Homens assim batem em mulheres. Homens assim precisam de uma manada para se sentirem fortes.

Homens assim nunca aguentariam a coragem de uma mulher frente a frente.

Aqui não há bandeiras políticas: há apenas um princípio humano.

Não tolero covardes. Não tolero quem usa a violência para impor o medo.

E não me importa se vêm da extrema-direita, da extrema-esquerda ou de qualquer outro extremo.

Quem não sabe respeitar o próximo, quem não sabe coabitar em liberdade, não é gente.

É pior que bicho — porque até os animais, muitas vezes, sabem ser mais racionais.

Liberdade nunca será sinónimo de violência.

Liberdade é respeito. 

terça-feira, 29 de abril de 2025

HIROHITO (IMPERADOR SHŌWA)

Hirohito (裕仁), 124º Imperador do Japão, nasceu a 29 de abril de 1901, em Tóquio, falecendo a 7 de janeiro de 1989, na mesma cidade. O seu reinado foi o mais longo da história japonesa, tendo durado 62 anos, entre 25 de dezembro de 1926 e 7 de janeiro de 1989. Ficou conhecido como o imperador Shōwa (昭和), que significa "paz iluminada" ou "era de esplendor harmonioso".

Filho do imperador Taishō, Hirohito foi educado para ser uma figura quase sagrada, como ditava a tradição imperial japonesa. Em 1921, ele fez uma viagem oficial à Europa — algo inédito para um príncipe japonês — e isso abriu sua visão sobre o Ocidente.

Hirohito era o imperador durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Embora o governo militar, que tinha como primeiro-ministro Hideki Tojo, tomasse a maior parte das decisões, Hirohito era visto como a autoridade suprema. Em 15 de agosto de 1945, ele anunciou a rendição do Japão num discurso de rádio histórico — a primeira vez que o povo japonês ouviu a voz do imperador. Esse discurso é muito famoso pelo que Hirohito pediu ao povo – que "suportasse o insuportável" para alcançar a paz.

Após a guerra, sob a ocupação americana, liderada pelo General Douglas MacArthur, Hirohito renunciou publicamente ao seu status de "divindade" em 1946, no chamado "Discurso da Humanidade" (人間宣言, Ningen Sengen). Mesmo assim, ele permaneceu como chefe de Estado simbólico do Japão até sua morte. O seu reinado viu o milagre económico japonês, com a sua rápida reconstrução e a transformação do Japão numa potência económica mundial.

Hirohito era conhecido como reservado, disciplinado e muito formal. Tinha grande interesse por biologia marinha, tendo publicado vários artigos científicos nessa área. Em público, ele mantinha uma imagem digna e distante, como esperado da tradição imperial, mas existem relatos de que em privado era afável e dedicado à ciência e à história.

Sua figura continua a ser controversa. Para muitos japoneses, ele foi um símbolo de estabilidade e renascimento. Para outros mais críticos, não ficou claro até que ponto ele aprovou ou permitiu os atos de agressão do Japão na guerra. Após a sua morte, o seu filho Akihito assumiu o trono e promoveu uma imagem ainda mais moderna e humana da monarquia japonesa.

O dia 29 de abril, data do seu aniversário, continua sendo feriado no Japão até hoje. Antes era chamado "Dia do Imperador", tendo depois virado para o "Dia da Era Shōwa" (昭和の日), fazendo parte da "Golden Week", um dos períodos mais festivos no Japão. 

segunda-feira, 28 de abril de 2025

PRIMEIRO VOO TURÍSTICO ESPACIAL

Há precisamente 24 anos, Dennis Tito ficou conhecido como o primeiro turista espacial da história. Em 28 de abril de 2001, embarcou na nave russa Soyuz TM-32 rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), após pagar cerca de 20 milhões de dólares pela experiência.

Antes de realizar esse feito, Tito já tinha uma conexão com o espaço, tendo trabalhado como cientista no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. Ele também foi o fundador da Wilshire Associates, uma empresa de consultoria financeira, mas nunca perdeu o interesse pela exploração espacial.

Durante a estadia de oito dias na ISS, Tito participou em tarefas rotineiras e passou horas admirando a vista do espaço. Apesar de algumas tensões com a NASA, que inicialmente se opôs à sua viagem, ele descreveu a experiência como "estar no Paraíso" e afirmou que foi um sonho realizado. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

ALBERT EINSTEIN

"A liberdade, em qualquer dos casos, só é possível se lutarmos constantemente por ela."

Albert Einstein (1879–1955) foi um físico teórico alemão, amplamente reconhecido como um dos maiores cientistas da história, e conhecido por ter desenvolvido a teoria da relatividade, expressa pela famosa equação E = mc², que descreve a equivalência entre massa e energia.

Também contribuiu significativamente para o desenvolvimento da mecânica quântica, incluindo a explicação do efeito fotoelétrico, que lhe rendeu o Prémio Nobel de Física em 1921. Publicou uma série de artigos revolucionários em 1905, conhecido como o seu "ano miraculoso", que mudaram os fundamentos da física moderna.

Além das suas realizações científicas, Einstein foi um defensor da paz e dos direitos humanos, especialmente durante o período em que viveu nos Estados Unidos, após fugir da Alemanha nazi em 1933. A sua vida e a sua obra continuam a inspirar cientistas e pensadores ao redor de todo o mundo. 

terça-feira, 22 de abril de 2025

HELENA SACADURA CABRAL

SEPARAÇÃO

Eles nunca ficam sozinhos!

É frequente ver homens, que após um divórcio ficam sozinhos, refazerem a vida mais rapidamente do que as mulheres. Não porque superem mais rápido, mas porque têm uma necessidade, quase instintiva, de preencher o vazio que a separação deixa. Para muitos, a solidão não é um lugar de refúgio ou crescimento, mas um território desconhecido e desconfortável. Durante anos estiveram acostumados a ter alguém ao lado – uma presença no sofá, uma voz no fim do dia, uma rotina compartilhada. 

Quando tudo isso desaparece, o silêncio pode ser ensurdecedor. E, para escapar desse vazio, buscam companhia, mesmo que ainda estejam em pedaços por dentro.

Diferentes das mulheres – que muitas vezes vivem o luto do relacionamento com intensidade, mergulham na dor e renascem mais fortes –, eles tendem a fugir desse enfrentamento. Não foram ensinados a lidar com a vulnerabilidade. Desde cedo, aprenderam a ser fortes, a seguir em frente, a não demonstrar fragilidade. Então, em vez de se permitirem sentir, procuram distrair-se. E, muitas vezes, a maneira mais fácil de fazer isso, é através de um novo relacionamento.

Não é que a ex-esposa seja esquecida rapidamente, ou que o amor desapareça do dia para a noite. Mas a necessidade de pertencimento, de estar com alguém, de reconstruir a rotina, fala mais alto. O novo relacionamento pode ser um reflexo disso – não necessariamente um recomeço verdadeiro –, mas um alívio momentâneo para a dor da ausência.

No fundo, a rapidez com que refazem a vida pode ser apenas uma tentativa de provar a si mesmos que continuam no controle, que ainda são desejáveis, que podem seguir adiante sem se perderem na solidão. Mas o coração tem o seu próprio tempo. E, mais cedo ou mais tarde, as emoções não resolvidas, sempre encontram um jeito de se fazer ouvir. 

segunda-feira, 21 de abril de 2025

RAINHA ISABEL II

Completam-se hoje 99 anos sobre o nascimento da Rainha Isabel II. Nasceu em 21 de abril de 1926, em Londres, e foi a monarca do Reino Unido e da Commonwealth de 1952 a 2022, tornando-se a soberana com o reinado mais longo da história britânica, ao longo de 70 anos.

Sagrou-se rainha em 6 de fevereiro de 1952, após a morte de seu pai, Jorge VI. Em 1947, casou-se com Filipe, Duque de Edimburgo, com quem teve quatro filhos, incluindo Carlos III, o seu sucessor.

Liderou o Reino Unido durante grandes mudanças, como a descolonização, a Guerra Fria, e a saída do Reino Unido da União Europeia. Faleceu em 8 de setembro de 2022, no Castelo de Balmoral, na Escócia.

Isabel II foi uma figura de estabilidade e continuidade, mantendo a monarquia com elevado significado em tempos de transformação política e social. O seu reinado foi marcado por um forte senso de dever e serviço público, sendo amplamente respeitada no Reino Unido e no mundo. 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

TERRAMOTO DE SÃO FRANCISCO


O terramoto de São Francisco foi um dos mais devastadores da história dos Estados Unidos. Ocorreu em 18 de abril de 1906, às cinco e doze da manhã, com uma magnitude estimada de 8,0 na escala de Richter. O epicentro foi próximo de São Francisco, e o abalo sísmico foi sentido desde Oregon até Los Angeles.

O sismo durou cerca de um minuto e meio, causando o colapso de edifícios e infraestrutura. O incêndio subsequente, provocado por ruturas em tubagens de gás, devastou a cidade por quatro dias, destruindo cerca de 28.000 edifícios. Morreram, aproximadamente 3.000 pessoas, e cerca de 250.000 ficaram desalojadas. O prejuízo económico foi estimado em 350 milhões de dólares, uma quantia gigantesca para a época.

O desastre mudou completamente a cidade de São Francisco. Após o terramoto, houve um grande esforço de reconstrução, e novas normas de engenharia sísmica foram implementadas para evitar tragédias semelhantes no futuro. 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

"A vida não é o que se vive, mas o que se recorda e como se recorda para contá-la."

Gabriel García Márquez faleceu em 17 de abril de 2014, na Cidade do México, há precisamente 11 anos. Nascido em 6 de março de 1927, em Aracataca, Colômbia, foi um escritor, jornalista e ativista, considerado um dos maiores autores do século XX.

É considerado um dos principais representantes do realismo mágico, um estilo literário que mistura elementos fantásticos com descrições realistas. A sua obra mais famosa, "Cem Anos de Solidão", publicada em 1967, é um dos livros mais influentes da literatura mundial. Outro romance icónico é "O Amor em Tempos do Cólera", inspirado na história de amor dos seus próprios pais.

Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1982, como reconhecimento do impacto da sua obra. Além da literatura, teve uma forte atuação política e jornalística, sendo amigo de grandes líderes mundiais, como Fidel Castro, e defensor de várias causas sociais. 

quarta-feira, 16 de abril de 2025

A OFENSA DO LIVRE

Há muito que deixei de ver debates políticos com assiduidade. Em cada campanha eleitoral procuro selecionar um ou outro confronto entre partidos que me possa trazer alguns esclarecimentos, ou que pela sua envolvente encerre algo expectante que me desperte curiosidade. Foi o que aconteceu na sexta-feira passada, dia 11 de abril de 2025, no frente a frente entre a AD e o LIVRE, transmitido pela TVI, após o Jornal da Noite.   

Esta minha bisbilhotice advinha de ser um dos debates que Luís Montenegro não lhe apeteceu fazer, delegando em Nuno Melo, sob um pretenso exercício de democracia interna da “AD – Coligação PSD/CDS”. Recorde-se que esta denominação aprovada pelo Tribunal Constitucional, surge na sequência da recusa do nome inicialmente pretendido de “AD – Aliança Democrática – PSD/CDS”, alegando que podia induzir em erro os eleitores, já que desta vez não inclui o Partido Popular Monárquico (PPM), ao contrário do que aconteceu nas eleições de há um ano (março de 2024).   

Certo ou errado, o entendimento sobre estes debates é que eles ocorram entre candidatos a Primeiro-Ministro, condição que Nuno Melo não reúne. Foi assim que interpretou Rui Tavares, líder do Livre e candidato a chefe do governo pelo seu partido, indigitando a sua líder parlamentar, Isabel Mendes Lopes, a participar no confronto.

Nuno Melo começou o frente a frente ao ataque, numa tentativa de dissimular o seu ego ofendido, e puxando dos galões como primeira figura do CDS. Talvez esquecendo-se que antes desta coligação o seu partido não tinha representação parlamentar, como mais à frente Isabel Mendes Lopes lhe recordou, usou a antiguidade do seu partido como um estatuto que deveria ser respeitado, face à juventude dos dez anos de existência do Livre.

Apesar de todas as oportunidades que a moderadora Sara Pinto lhe proporcionou, Nuno Melo não apresentou uma única medida concreta que a coligação se propõe desenvolver se for governo. Será que como figura secundária deste grupo político ainda não dispõe da informação necessária e suficiente para se comprometer?

Mesmo que esta especulação possa ter algum fundamento, deve-se esperar mais de alguém com o seu trajeto político. Provavelmente, por ter entrado cedo na vida política, não teve tempo de tirocinar em contexto real de trabalho os conhecimentos que o seu curso lhe deve ter dado, tais como não intimidar os seus interlocutores, nem se dirigir a eles de dedo em riste, como fez sistematicamente neste debate.

Perante cada questão colocada pela moderadora, esquivava-se aproveitando o seu tempo para acusar o Livre pela queda do Governo, ao alinhar as suas posições com outros partidos, ou criticando as posições defendidas pelo seu líder, por vezes de forma grosseira, como quando sugeriu a Rui Tavares que despisse o seu fato de esquerdista e se vestisse como historiador.

Tudo o que aqui afirmo, embora nada me mova contra Nuno Melo, pode ser confirmado nos portais televisivos aonde o debate se encontra disponível na integra. Não é meu objetivo defender qualquer causa política, ou ideologia, mas a escolha de seguir uma carreira política foi deste advogado, e não minha. Como cidadão que paga os seus impostos e participa na vida política do país, ainda que apenas como eleitor, sinto-me defraudado quando vejo indivíduos maduros, a quem pagamos para dirigirem o nosso país, terem comportamentos dececionantes como este senhor teve na passada sexta-feira.

No final deste debate ressalta uma atitude de despeito de Nuno Melo, característica daqueles que se julgam mais do que aquilo que são. Para um líder de um grupo político com os pergaminhos que evocou, não se fazendo rogado logo no início do confronto, um pouco de humildade seria desejável e útil, sobretudo para aprender com os erros que alguns dos seus antecessores cometeram, conduzindo o partido a uma sombra da dimensão que teve no passado, fazendo esquecer o importante papel que teve na construção da democracia do país.

 

"Nada neste mundo consome mais rapidamente um homem que a paixão do ressentimento."

Friedrich Nietzsche (filósofo, poeta e compositor prussiano)


segunda-feira, 14 de abril de 2025

ANÓNIMO












“Um jovem candidatou-se a um cargo de alto nível numa grande empresa. Passou na entrevista inicial e teve a última entrevista com o diretor. O diretor viu o seu CV, que era excelente, e perguntou-lhe:

- Recebeste alguma bolsa na escola?

O jovem respondeu - Não.

- Foi o teu pai que pagou pela tua educação?

- Sim - respondeu ele.

- Onde é que o teu pai trabalha?

- O meu pai trabalha como serralheiro.

O diretor pediu ao jovem para mostrar as suas mãos.

O jovem mostrou as suas mãos suaves e perfeitas.

- Já ajudaste o teu pai no trabalho dele?

- Nunca, os meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.

O diretor disse-lhe:

- Tenho um pedido a fazer-te. Quando hoje voltares para casa, lava as mãos do teu pai. E vem ver-me amanhã de manhã.

O jovem sentiu que a possibilidade de conseguir o trabalho era alta!

Quando voltou para casa, pediu ao pai para o deixar lavar-lhe as mãos. O pai achou estranho, mas com uma mistura de sentimentos, estendeu as mãos para o filho. O rapaz lavou as mãos do pai lentamente. Foi a primeira vez que ele percebeu que as mãos do pai estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que a pele se arrepiou quando ele as tocou.

Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado destas mãos que trabalham todos os dias para pagar a sua educação. As contusões nas mãos eram o preço que o pai teve de pagar pela sua educação e pelo seu futuro.

Depois de limpar as mãos do pai, o jovem ficou em silêncio a organizar e a limpar a oficina do pai. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo período de tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi encontrar-se com o diretor. O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do rapaz quando perguntou:

- Podes dizer-me o que fizeste e aprendeste ontem em casa?

O rapaz respondeu:

- Lavei as mãos do meu pai e também acabei de limpar e organizar a sua oficina. Agora sei o que é valorizar e reconhecer. Sem os meus pais, eu não seria quem sou hoje... Ao ajudar o meu pai, agora percebo o quão difícil e duro é fazer algo sozinho. Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.

O diretor disse:

- Isso é o que procuro no meu pessoal. Quero contratar alguém que possa apreciar a ajuda dos outros, alguém que conheça o sofrimento dos outros para fazer as coisas e que não coloque o dinheiro como o único objetivo na vida. Estás contratado.

Se os pais protegem constantemente os filhos e satisfazem todos os seus desejos, eles podem desenvolver uma mentalidade egoísta e ignorar os esforços dos pais. Isso pode ser prejudicial para o desenvolvimento da criança. Dar coisas materiais é importante, mas os pais também devem envolver os filhos em tarefas domésticas e ensiná-los a valorizar o trabalho árduo e a colaboração” 

sexta-feira, 11 de abril de 2025

LYNDON B. JOHNSON

Lyndon B. Johnson foi o 36º presidente dos Estados Unidos, servindo de 1963 a 1969. Em 11 de abril de 1968, assinou a Lei dos Direitos Civis, um marco na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Assumiu o cargo após o assassinato de John F. Kennedy e foi reeleito em 1964. É conhecido pela sua ambiciosa agenda de reformas sociais chamada "Grande Sociedade", que incluiu programas como Medicare, Medicaid e outras iniciativas para combater a pobreza e promover a igualdade racial.

Também foi responsável por importante legislação no âmbito dos direitos civis, como a Lei dos Direitos Civis de 1964 e a Lei dos Direitos de Voto de 1965. No entanto, a sua presidência foi marcada pela crescente controvérsia em torno da Guerra do Vietnam, que gerou protestos significativos nos Estados Unidos.

Antes de ser presidente, Johnson foi senador e vice-presidente. Era conhecido pela sua personalidade forte e habilidade política, frequentemente chamada de "tratamento Johnson", que envolvia persuasão intensa para alcançar os seus objetivos. 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

ZANGAM-SE AS COMADRES…

Existem situações que são completamente previsíveis. O desfecho da relação de Donald Trump com Elon Musk era algo que qualquer indivíduo, com um mínimo de senso comum, conseguia antecipar. Neste caso, poder-se-á recriar o provérbio “zangam-se as comadres, sabem-se as verdades”, para uma nova formulação: perante a realidade, zangam-se as comadres!

Musk e Trump têm algumas coisas em comum, tais como serem empresários bem-sucedidos, e líderes incontestáveis, com estilos peculiares e diferenciados. A genialidade de Musk assenta numa firme determinação de realizar projetos inovadores, mas nem sempre alicerçados em planos de desenvolvimento bem delineados e ponderados. Contudo, a sua apetência para resolver problemas globais, dota-o de uma capacidade extraordinária para ultrapassar os obstáculos que surgem ao longo da execução dos projetos.

Trump é conhecido pela sua autoconfiança e desejo de alcançar grandes objetivos, tanto nos negócios, quanto na política. Demonstra uma forte determinação em liderar e vencer, evidenciando um gosto insaciável de estar no centro das atenções, tendo uma habilidade natural para atrair a atenção do público, em discursos ou interações.

Visto como alguém que toma decisões rápidas e objetivas, muitas vezes desafiando normas estabelecidas, a sua abordagem direta e, por vezes, confrontadora, gera tanto apoio quanto críticas. É resiliente diante de controvérsias e mantém a sua posição com firmeza, utilizando uma forma de comunicação simples e acessível, por vezes bastante polarizadora.

Pese embora ambos apresentarem traços de personalidades com alguma dose de loucura, a sua essência é bastante diferente. Musk possui uma formação académica concretizada em dois bacharelatos, um de Física e outro de Economia, e uma curta frequência de um doutoramento em Física Aplicada. Não possuindo, por formação, uma visão muito holística do mundo, os conhecimentos que adquiriu formataram-no para tomar decisões assentes em factos e raciocínio lógico, ainda que num contexto muito próprio.

Trump concluiu um bacharelato em Economia, depois de ter completado o ensino médio na Academia Militar, aonde desenvolveu competências de liderança e disciplina. Porém, pela sua personalidade vincada, o estabelecimento dos seus limites raramente tem em conta os limites dos outros. Não demonstrando interesse por outros temas, o seu foco cinge-se aos objetivos dos seus negócios, geridos por uma intuição que raramente o deixa ficar mal. Cético perante quase todas as áreas da ciência, guia toda a sua ação pelo instinto, que algumas vezes o trai.

O início deste namoro improvável correu bem enquanto os bolsos quer de um, quer de outro, não começaram a sofrer. Musk começou a fazer algum trabalho sujo que Trump pretendia levar a cabo, como foi o caso da reforma governamental que incluia despedimentos em massa de funcionários públicos, visando reduzir significativamente os gastos federais e eliminar subsídios, promovendo uma reestruturação administrativa.

O caso mais mediático foi o encerramento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Esta medida gerou controvérsia, com críticos argumentando que o fecho da USAID violaria a Constituição, já que a agência foi criada pelo Congresso e depende da sua aprovação para mudanças significativas. O impacto desta decisão gerou enormes preocupações pelas repercussões que implica em programas de ajuda humanitária e de desenvolvimento global.

Quando as vendas e as ações da Tesla começaram a cair, Trump não hesitou em ser protagonista de um anúncio televisivo em que aparecia enaltecendo as excelentes prestações de um Tesla vermelho, contrariando tudo o que se sabe serem as suas preferências por viaturas topo de gama de construtores europeus.

Até que o verniz estalou no início desta segunda semana de abril. Peter Navarro, conselheiro económico do presidente dos Estados Unidos, numa entrevista à cadeia CNBC, disse que o processo de fabrico da Tesla consistia apenas na assemblagem de peças.

Nesta entrevista, Navarro afirmou que Elon Musk “não é um fabricante, mas sim um montador de automóveis” e criticou a dependência de peças estrangeiras na produção dos veículos elétricos da Tesla. Disse ainda que na fábrica do Texas, boa parte dos motores que ele utiliza têm origem no Japão e na China, e toda a eletrónica em Taiwan. Este conselheiro económico, defende o plano de tarifas da administração Trump como forma de proteger a indústria norte-americana.

A reação de Elon Musk não se fez esperar, chamando “perfeito idiota” a Navarro, e acusando-o de ser “mais burro do que um saco de tijolos”, e defendendo a Tesla como “o fabricante automóvel mais verticalmente integrado dos Estados Unidos, com a maior percentagem de componentes produzidos no país.

A deterioração da relação entre Musk e o Trump começou quando o primeiro abandonou o cargo de líder do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), na sequência de desentendimentos sobre as orientações estratégicas do departamento.

Parece que este namoro está a chegar ao fim, antes do anúncio do noivado. Vaidade e poder podem agradar a Musk, mas sem que isso lhe mexa nos bolsos. Para Trump pouco importa, pois seguirá o seu caminho, transformando Musk em mais um dos muitos despojos de guerra que semeou durante a sua vida.

Pensando melhor, acho que o Musk até me daria jeito para dar títulos às minhas crónicas. Falo eu em comadres zangadas, quando estamos perante um namoro que se rompeu! Não há pachorra…

 

"Os homens são guiados por interesses, e não por princípios."

Napoleão Bonaparte (imperador francês)

quarta-feira, 9 de abril de 2025

GUERRA CIVIL AMERICANA

Completam-se hoje 160 anos sobre o fim da Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra de Secessão. Em 9 de abril de 1865, o general confederado Robert E. Lee rendeu-se ao general Ulysses S. Grant, encerrando o conflito iniciado em 12 de abril de 1861, com o ataque ao Fort Sumter, na Carolina do Sul, e que teve na Batalha de Gettysburg, um dos confrontos mais sangrentos, considerado o ponto de viragem para a vitória do Norte.

Este conflito armado ocorreu nos Estados Unidos entre 1861 e 1865, opondo os estados do Norte (União) aos estados do Sul (Confederados), sendo a principal causa a disputa sobre a escravatura e os direitos dos estados.

O Norte, industrializado e urbano, defendia a abolição da escravatura, enquanto o Sul, agrícola e aristocrático, cuja economia dependia da mão de obra escrava, se oponha. A eleição de Abraham Lincoln em 1860 foi vista como uma ameaça pelos estados do Sul, que decidiram separar-se da União e formar os Estados Confederados da América.

As principais consequências deste conflito foram a abolição da escravatura, a reconstrução política e económica do país e um rasto de cicatrizes profundas, incluindo a segregação racial e tensões sociais que persistiram por décadas. 

terça-feira, 8 de abril de 2025

PABLO PICASSO

"A ação é a chave fundamental para todo sucesso."

Pablo Picasso faleceu em 8 de abril de 1973, em Mougins, França, completando-se hoje 52 anos desde a sua morte. Nasceu em 25 de outubro de 1881, em Málaga, Espanha, vivendo 91 anos, e deixando um legado artístico que transformou a arte moderna.

Filho de um professor de arte, Picasso mostrou talento desde criança e começou a pintar muito cedo, produzindo mais de 50.000 obras durante a sua vida. Embora seja conhecido pela sua pintura era também escultor, ceramista e poeta. Teve uma vida amorosa agitada e complexa, com várias musas e companheiras que influenciaram o seu trabalho. Viveu a maior parte da vida adulta na França.

A sua pintura é determinada por diferentes períodos com características bem diferenciadas. O Período Azul (1901–1904), definido por obras melancólicas, em tons de azul e verde-azulado, abordam temas como a pobreza, a solidão e o sofrimento, sendo disso exemplo “O Velho Guitarrista”.

Seguiu-se o Período Rosa (1904–1906), assinalado por tons mais quentes e temas mais alegres, como artistas de circo, do qual se pode salientar a obra “Família de Acrobatas”. Esta fase precedeu a era do Cubismo (1907–1917), desenvolvido juntamente com Georges Braque, caracterizado pela fragmentação das formas em planos geométricos, tendo como exemplo “Les Demoiselles d'Avignon”, considerada uma das obras que iniciou o Cubismo.

Sucedeu-lhe o Período Clássico e Surrealista (anos 20 e 30), marcado pela mistura de realismo clássico com influências do surrealismo em que a tela “A Mulher Chorando” é disso um exemplo. Uma das suas obras mais famosas é “Guernica” (1937), pintada em resposta ao bombardeamento da cidade com o mesmo nome durante a Guerra Civil Espanhola. É um grito contra a guerra e a violência.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

HELENA SACADURA CABRAL

ESQUECER

Esquecer é um tipo estranho de liberdade. No começo, é um esforço, um imenso empurrão contra a maré das lembranças, como quem tenta caminhar sobre areia movediça. Mas, a pouco e pouco, o esquecimento aprende a respirar dentro de nós, encontra o seu espaço entre as lacunas da memória e infiltra-se nas entrelinhas do cotidiano.

Esquecer não é apagar. Não é um estalo, uma chave que vira. É uma névoa lenta, um sol que se põe devagar sobre o que um dia foi muito vivo. As vozes tornam-se ecos, os rostos perdem os contornos nítidos, as palavras antes tão carregadas de sentido agora soam vazias, como folhas secas levadas pelo vento.

No entanto, há um certo medo em esquecer. Como se, ao deixar ir, estivéssemos traindo a importância daquilo que um dia segurámos tão forte. Mas a verdade é que a vida exige espaço para o novo e, às vezes, para seguir em frente, é preciso deixar algumas partes de nós dissolverem-se na bruma do tempo.

Esquecer não é fraqueza. É um ato de sobrevivência. E, talvez também, um pouco de amor-próprio! 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

QUEM TE MANDA A TI, SAPATEIRO, TOCAR RABECÃO

O provérbio que dá título a esta crónica, carrega uma mensagem importante sobre sabermos estar apenas em campos em que temos conhecimento e habilidade. Ele critica a tentativa de alguém atuar fora da sua área de expertise, sugerindo que cada um se deve focar naquilo que sabe fazer bem.

A metáfora faz referência ao sapateiro, cuja arte é fazer ou reparar sapatos, e ao rabecão, um instrumento musical de cordas. A ideia é que o sapateiro, ao tentar tocar o rabecão sem ter o conhecimento e a habilidade necessários, sairá da sua zona de competência e provavelmente terá um mau desempenho.

Este provérbio ensina-nos a reconhecermos os nossos limites, respeitar as nossas apetências e dedicar-nos ao que fazemos com excelência. É também uma reflexão sobre a humildade que devemos ter ao lidar com áreas que desconhecemos, ou não temos a experiência suficiente para nos aventurarmos a expor-nos perante públicos exigentes.

Este contexto conduz-nos a alguém que tem sido muito criticado nos últimos dias pela sua atuação duvidosa como jornalista. Refiro-me a José Rodrigues dos Santos.

Nascido a 1 de abril de 1964, na cidade da Beira, Moçambique, quando o país ainda era uma província ultramarina portuguesa, iniciou a sua carreira no jornalismo aos 17 anos, trabalhando para a Rádio Macau. Mais tarde, formou-se em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa e teve uma passagem marcante pela BBC em Londres, onde aprimorou as suas competências como jornalista. Ganhou grande notoriedade com o anúncio em direto do rebentar da Guerra do Golfo, em 1990, e pelas suas reportagens de guerra, cobrindo conflitos em locais como Angola, Timor-Leste, Iraque e Líbia.

Além do jornalismo, José Rodrigues dos Santos é um escritor prolífico, tendo iniciado esta atividade em 2002 com o romance “A Ilha das Trevas”, desenvolvendo obras que combinam ficção e temas históricos ou científicos. Entre os seus livros mais conhecidos estão "O Codex 632" e "A Fórmula de Deus", que exploram mistérios históricos e científicos com uma narrativa envolvente. Ao longo da sua carreira recebeu diversos prémios, tanto no jornalismo quanto na literatura, sendo considerado um dos escritores mais populares de Portugal.

Embora não seja consensual a sua qualidade literária, reconheço-lhe o mérito de ter um estilo que prende a atenção do leitor, ficcionando a história e a ciência sem alterar a sua essência ou relevância. Confesso que tenho na minha estante muitos dos seus livros, embora não conheça as suas últimas obras.

Talvez esta sua incursão bem-sucedida no campo literário o tenha afastado daquilo que ele sabia fazer bem. E utilizo o tempo verbal no passado deliberadamente, dado que me parece estar a perder qualidades. Ou talvez não. Poderá estar a tentar entrar num novo domínio de atividade, o que nada tem de ilegítimo, desde que seja assumido.

Penso que talvez inspirado pelos mais novos, como Sebastião Bugalho, queira abraçar uma carreira política, porventura com o sonho de deter mais poder, mas certamente garantir menor discernimento. E o caminho parece assim se desenhar, imitando o Primeiro-Ministro em atividade, também demissionário, e candidato ao mesmo cargo nas próximas eleições, ocultando o seu verdadeiro propósito quando entrevista alguns líderes políticos de quadrantes que não se identificam com o seu tom de pele.

É evidente que se esqueceu, na recente entrevista a Paulo Raimundo inserida no telejornal da RTP1, do seu papel de jornalista, que é informar e esclarecer o público a que se dirige. Manipulando o tempo estabelecido para essa interação, encurralou o seu interlocutor fixando-se numa única questão, sem capacidade ou vontade sequer de a reformular. Para bem da comunidade em geral, não teve a mesma sorte quando tentou repetir a proeza com a Mariana Mortágua, que tinha feito os trabalhos de casa, e não lhe permitiu a reedição da façanha.

Imaginemos agora que o Cristiano Ronaldo queria ser como o Lewis Hamilton, ou o Novak Djokovic. Será que apesar de toda a sua preparação física e da sua competência no futebol, alguma vez iria conseguir níveis aceitáveis de desempenho na Fórmula 1 ou no ténis?

Pelo facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter sido um razoável político, um bom comentador televisivo, e um Presidente da República com um primeiro mandato de bom nível, não quer dizer que outros consigam a mesma performance. Talvez mesmo o melhor seria que o Sebastião Bugalho se continuasse a dedicar ao comentário político, Luís Montenegro à advocacia, e José Rodrigues dos Santos, à escrita e ao jornalismo, mas do bom, como ele em tempos soube fazer!   

 

"Faz bem aquilo que fazes, e nunca serás esquecido."

Ralph Waldo Emerson (ensaísta, poeta, filósofo e conferencista americano)


quarta-feira, 2 de abril de 2025

JOÃO PAULO II

João Paulo II, faleceu há precisamente 20 anos. Karol Józef Wojtyła, seu nome de batismo, nasceu em 18 de maio de 1920, foi o 264º Papa da Igreja Católica, servindo o Vaticano de 1978 até à sua morte em 2 de abril de 2005. Foi o primeiro Papa polaco e o primeiro não italiano em mais de 450 anos anteriores à sua eleição pelo Conclave. O seu pontificado foi um dos mais longos da história, durando 26 anos.

Desempenhou um papel crucial na queda do comunismo na Europa Oriental, especialmente na sua terra natal, a Polónia. João Paulo II também foi um defensor dos direitos humanos e da liberdade religiosa, promovendo o diálogo inter-religioso e a reconciliação entre diferentes religiões, incluindo o judaísmo e o islamismo.

Além disso, ele foi conhecido pelas suas viagens internacionais, visitando 129 países, ligando-se a milhões de fiéis à volta do mundo. A sua mensagem de esperança, paz e dignidade humana deixou um impacto duradouro. Foi canonizado em 2014, sendo reconhecido como São João Paulo II. 

terça-feira, 1 de abril de 2025

TIROS-1

Foi há precisamente 65 anos, no dia 1 de abril de 1960, que o primeiro satélite meteorológico da história, chamado TIROS-1 (Television Infrared Observation Satellite), foi lançado pelos Estados Unidos. Este evento marcou o início da era da meteorologia por satélite, revolucionando a previsão do tempo e a monitorização climática global.

O seu lançamento deu-se a bordo de um foguete Thor-Able, na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, Flórida, tendo como principal objetivo testar a viabilidade do uso de satélites para observação meteorológica da Terra. Pesava cerca de 122 kg, possuía câmaras de TV e transmissores de rádio para captar imagens da atmosfera e orbitava a aproximadamente 700 km de altitude.

O TIROS-1 conseguiu enviar quase 23 mil imagens da cobertura de nuvens da Terra antes de parar de operar em 15 de junho de 1960. As suas imagens permitiram aos meteorologistas observar padrões de formação de tempestades e outros fenómenos atmosféricos. O sucesso do TIROS-1 levou ao desenvolvimento de uma série de satélites meteorológicos que são usados até hoje para prever tempestades, furacões e mudanças climáticas. 

VISITA À FAMÍLIA

Chegou o momento de fazer uma pausa. Até ao final de junho a minha atividade neste blogue será menos regular, com alguns apontamentos pontua...