segunda-feira, 29 de setembro de 2025

MICHELLE BACHELET

Michelle Bachelet, nasceu há 74 anos, a 29 de setembro de 1951, em Santiago do Chile. Médica especializada em pediatria e saúde pública, também estudou defesa nacional e fala fluentemente vários idiomas.

É reconhecida pela sua resiliência, compromisso com os direitos humanos e capacidade de liderança em contextos adversos. A sua história pessoal entrelaça-se com a do Chile moderno, refletindo dor, reconstrução e esperança.

Filha de um general da Força Aérea, que foi preso e morreu sob tortura após o golpe de Pinochet, ela própria foi presa e exilada com a mãe. Quando regressou ao Chile, após o exílio, envolveu-se em causas sociais e políticas, especialmente ligadas à saúde e aos direitos humanos.

Tornou-se a primeira mulher presidente do Chile (2006–2010), colocando o foco em políticas sociais, educação, saúde e igualdade de género. Foi eleita para um segundo mandato (2014–2018), em que promoveu reformas estruturais, como a reforma educacional e tributária, enfrentando desafios políticos e sociais.

A nível internacional foi Diretora Executiva da ONU Mulheres e, mais tarde, Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (2018–2022), onde teve papel ativo em crises globais, como as de Myanmar, Venezuela e Ucrânia. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

RAMÓN DE CAMPOAMOR Y CAMPOOSORIO

"Torna-se verdade a mentira repetida"

Ramón de Campoamor y Campoosorio foi um poeta, dramaturgo e político espanhol, muito conhecido no século XIX, sobretudo pelo seu estilo acessível e popular. Nascido em 24 de setembro de 1817, em Navia (Astúrias, Espanha), faleceu em Madrid a 11 de fevereiro de 1901.

Ficou célebre sobretudo pela poesia moral e filosófica. A sua marca mais conhecida foram as chamadas “doloras”, pequenos poemas de tom sentencioso, moralista ou filosófico, geralmente em verso curto, com ironia e reflexão sobre a vida. Também escreveu peças de teatro e outros poemas de carácter narrativo e lírico.

Foi filósofo político, chegando a ocupar cargos administrativos em Espanha. Teve uma postura conservadora e monárquica, mas também pragmática no debate político.

Defendia uma poesia mais direta, menos retórica e mais voltada para a reflexão do quotidiano, contrastando com o romantismo exaltado da época. Embora hoje não seja tão lido quanto outros escritores espanhóis do seu tempo, como Bécquer, foi bastante famoso na sua geração e citado em jornais e tertúlias literárias.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

CHARLIE KIRK

Que me perdoem os meus amigos Trumpistas, Netanyahuistas, Bolsonaristas (que tenho dificuldade em compreender), e outros que tais, mas no meio de tantas mortes inocentes, há alguém que morre com justiça, fazendo jus ao provérbio “quem com ferros mata, com ferros morre”. Charlie Kirk, morreu condignamente, com um disparo de alguém que usava um direito que ele defendia: o livre porte de arma.

Não defendo a justiça popular, embora pense que nalguns casos é a maneira mais eficaz de pôr termo a situações que de outra forma morrem sem que seja feita justiça. O assassinato de que foi alvo no passado dia 10 de setembro de 2025, espelha a revolta que ele gerava com as suas ideias e posições.

Estranhei que no dia seguinte a sua mulher aparecesse serena a falar à comunicação social, colocando-se ao lado do defunto marido nos ideais por ele defendidos. A minha incapacidade de a entender advém da forma como ele via as mulheres.

“Anticoncecionais… realmente baralham o cérebro feminino. Cada um de vós precisa garantir que as suas filhas, irmãs ou namoradas não usem anticoncecionais. Isso aumenta a depressão, a ansiedade, os pensamentos suicidas. É o medicamento número um prescrito para jovens abaixo de 25 anos… Isso cria jovens mulheres muito irritadas e amargas.”  Mas as suas posições quanto ao universo feminino, não ficavam por aqui…

“Mulheres no início dos 30 anos já não estão mais no seu auge no mercado de namoro. Os 20 anos são a idade em que elas são mais desejáveis.” E continuava referindo-se ao aborto…

“Permitimos o massacre de um milhão e meio de bebés por ano sob o disfarce da saúde reprodutiva feminina. Dizem que não são humanos, que são descartáveis. Nunca é certo justificar o extermínio em massa de pessoas dizendo que são indesejadas. Foi assim que chegamos a Auschwitz, foi assim que tivemos o maior horror do século XX.”

E sobre as prioridades e virtudes que uma mulher deve ter, inspirando-se na Virgem Maria, propalava o seguinte:

“Elas deveriam querer, antes de tudo, ter filhos, casarem-se, e depois ter um bom emprego… Mas muitas jovens estão invertendo essa ordem, e isso é um problema. Maria é a solução para o feminismo tóxico. As mulheres jovens deveriam inspirar-se nela: piedosa, complacente, reservada nas palavras. Hoje, não falamos o suficiente sobre Maria.”

Estas frases mostram como ele articulava uma visão de papéis femininos tradicionais, forte crítica ao feminismo moderno, defesa do pró-vida absoluto, e até comparações de políticas reprodutivas com tragédias históricas.

Mas as suas ideias obtusas não se resumiam às mulheres. A inconstância das suas posições assume-se na sua máxima expressão na mudança da sua visão sobre Martin Luther King. Até 2020 referia-se a ele como herói dos direitos civis, reconhecendo o papel dele contra a segregação. Passado um ano ainda fazia menções positivas, mas já criticava o uso da sua imagem pela esquerda e pelo movimento “woke”. Em 2023 sugere que o Civil Rights Act de 1964 foi um erro, porque abriu espaço para políticas de diversidade e inclusão que ele rejeita, e em 2024 declara abertamente que Martin Luther King era “terrível” e “não uma boa pessoa”.

 Afirma que o discurso “I Have a Dream” foi “a única coisa boa que ele disse, mas que nem ele acreditava”. Considera que há um “mito exagerado e endeusamento” sobre ele nos EUA, criticando o seu legado dizendo que resultou em “famílias negras destruídas, dependência do governo e más condições urbanas”.

Em relação à imigração Charlie Kirk era radicalmente contra a imigração ilegal e queria reduzir fortemente a imigração legal, defendendo fronteiras fechadas, prioridade para trabalhadores americanos e preservação cultural.

Não existem provas diretas de que Charlie Kirk se identificasse como racista ou promovesse abertamente ideologias racistas clássicas, como a supremacia branca. Porém, as suas afirmações e posições frequentemente aproximavam-se de narrativas usadas por grupos racistas, especialmente sobre imigração e direitos civis. Isso fez com que muitos críticos o classificassem como alguém que normaliza ou legitima ideias raciais excludentes, mesmo que não se assumisse como tal.

Charlie Kirk misturava liberalismo económico clássico (estado mínimo e mercado livre) com conservadorismo cultural (valores tradicionais, nacionalismo e crítica ao progressismo). As suas posições eram socialmente marginadoras, sendo contra a grande parte das pautas do movimento LGBTQIA+, contra o aborto, e a defesa do direito à posse de armas.

Foi precisamente este último direito que defendia que o matou. Uma espécie de justiça divina, perpetrada pela mão do homem. Talvez aqui se possa mesmo dizer que “Deus escreve direito por linhas tortas”!


"O mal que fazemos é o mal que recebemos."

Lao-Tsé (filósofo chinês, considerado o fundador do Taoismo)


DINHEIRO VS CONHECIMENTO!

Texto traduzido de: Olawale Kolawole Muitas pessoas argumentam que um equilíbrio entre dinheiro e conhecimento é fundamental para o suces...